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sábado, 17 de junho de 2017

Associação de PMs critica “julgamento prévio” de policial que agrediu mulher que pedia socorro

A entidade lamenta que o policial já está sendo julgado pela opinião pública sem direito de defesa

Por Lyvia Rocha em Segurança Pública

3 de maio de 2017 às 13:27

Há 2 meses

O caso repercutiu nas redes sociais no domingo (FOTO: Reprodução)
O caso repercutiu nas redes sociais no domingo (FOTO: Reprodução)
O caso da mulher que foi agredida por um policial militar emvídeo divulgado no último domingo (30), na Avenida Beira-Mar está causando grande repercussão e polêmica em relação a postura do policial. Nesta quarta-feira (3), a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (Assof) emitiu uma nota nas redes sociais falando sobre a investigação do caso e em defesa do profissional militar.
Na nota, a associação reconhece o fato e que as investigações do ocorrido já aconteceram, porém critica o fato que o policial já está sendo julgado pela opinião pública, e que o profissional não teve direito de defesa.
Ocorre que desde o momento em que um recorte da ocorrência (vídeo) “viralizou” nas redes sociais, uma infinidade de “juízes virtuais” passou a julgar sumariamente não só a AÇÃO/CONDUTA do policial, mas execrar e demonizar a PESSOA do policial, ferindo sua imagem, sua honra, sua família e todo o seu histórico profissional positivo, bem como adotando a tola ideia da generalização, ferindo gravemente a todos os membros de uma instituição que atua há quase 200 anos na defesa do povo cearense. E isso nós não podemos aceitar inertes. A razão de ser do Princípio da Presunção de Inocência, previsto no art. 5º da Constituição Federal de 1988(ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória) é evitar o prejulgamento, o juízo de valor antecipado proferido sem uma apuração prévia e minuciosa de todos os fatos e em busca da verdade real. A condenação prévia, lastreada numa antecipação de culpabilidade, apenas e tão somente por ser o acusado um policial militar, significa tratá-lo como inimigo e ceifar-lhe o direito de defesa, numa demonstração cabal de execrável imputação objetiva”, diz o início da nota.


A associação reitera ainda que em 15 anos de prestações de serviços o policial sempre teve uma conduta profissional.
“Afirmamos, sem qualquer receio, que o Capitão PM, suposto “agressor”, por suas cotidianas condutas em seus quase 15 anos de atividade policial, é um excelente profissional. Oficial jovem, probo, trabalhador, inteligente, muito bem conceituado por seus superiores, exemplo para seus pares e bastante respeitado por seus subordinados. É cidadão ativo nas transformações sociais, participando há anos de projetos sociais que objetivam prevenir a entrada e resgatar jovens carentes do mundo do crime. Ele não é, nem somos nós, super-heróis. Há um ser humano sob aquele uniforme. Essa é nossa natureza e ela nos sujeita a falhas. Uma única conduta falha, se assim for decidido pelas autoridades competentes, não deve desabonar toda uma história de bons serviços prestados”, segue a nota.
Na última terça-feira (2), o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, o delegado André Costa, comentou nas redes sociais sobre que os policiais são treinados para servir e proteger a população.
“Peço que não tratem a exceção como regra. Vamos aguardar a devida apuração do caso, que será tratada com independência e buscando a verdade. A Polícia Cearense continua firme na missão de defender os cidadãos e buscar uma maior aproximação com a população, pois todos nós somos responsáveis pela segurança pública”, publicou.
Relembre o caso
Um vídeo que mostra a agressão de um policial a uma mulher repercutiu na internet. As imagens, divulgadas no domingo (30), mostram uma discussão entre uma mulher e um policial, que acabou em um tapa na cara, na Avenida Beira Mar, em Fortaleza. O vídeo mostra uma mulher, com roupas de esporte e tênis, falando com um policial. É quando o policial acerta um tapa na mulher e manda ela falar baixo. Outro policial chega mais próximo e afasta a mulher, até que ela decide ir embora.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, por meio de nota, que o caso está sendo apurado e que o policial agressor foi afastado de suas funções e se apresentará no Quartel do Comando Geral (QCG), nesta terça-feira (2). Ainda ressaltou que não compactua com nenhum tipo de violência e não apoia ações excessivas por parte de seus servidores.

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