16/03/2017 12h52 - Atualizado em 16/03/2017 12h52
Deputado pede explicações sobre objetos em carro de comerciante morto por PRF
Parlamentar enviou documento para coordenadoria de perícias
Um caso que gerou grande repercussão em toda a Capital e até no país, foi lembrado na sessão da Assembleia Legislativa do Estado nesta quinta-feira (16). Isso por que o deputado estadual Coronel David (PSC) apresentou um requerimento solicitando esclarecimentos sobre o fto de ter aparecido objetos no carro da vítima, o comerciante Adriano do Nascimento, morto por Ricardo Moon, policial rodoviário federal, na madrugada do dia 31 de dezembro último.
SAIBA MAIS
O documento foi endereçado à coordenadora geral de Perícias, Glória Suzuki e segundo o parlamentar, o órgão tem 30 dias para resposta. O questionamento do Coronel, é por conta do aparecimento de novos objetos no carro de Adriano.
“A impressão que se tem em tudo isso é de que estão querendo proteger o acusado, mudando a direção da investigação. Eu quero saber quem são os responsáveis pela implantação de objetos no carro do comerciante. Esse crime não pode ficar sem resolução e punição do culpado”, destaca.
O coronel leu requerimento em plenário e encaminhou para a destinatária.
Entenda
Em matéria publicada pelo Jornal Midiamax no último dia 13, peritos suspeitam de provas falsas plantadas e de invasão do prédio da Coordenadoria de Perícias, já que o fato ocorreu dias após perícia no carro de Adriano.
Os objetos encontrados são dois maçaricos, parecidos com armas de fogo. A história começou no dia 4 de janeiro, quando pela terceira vez os peritos voltaram ao veículo periciado e estacionado na Coordenadoria Geral de Perícias. Ao abrir a porta dianteira, do passageiro, os três servidores avistaram os dois flambadores, no assoalho da Hilux, colocando todo o trabalho realizado até ali em xeque.
Foi, então, instaurado procedimento investigatório na Capoc (Coordenadoria de Apuração de Procedimentos, Orientação e Correição), e foram ouvidos todos os peritos envolvidos no caso e até o delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, Enilton Zalla.
Em todos os depoimentos, a mesma versão foi contada. No dia 31 de dezembro de 2016, dia do crime, a perícia foi acionada e no local realizou a primeira vistoria na Hilux, quando vários objetos foram encontrados no local, mas nenhum maçarico, segundo os peritos. No mesmo dia, durante a tarde, uma nova busca foi feita e novamente os objetos não foram vistos.
Pela terceira vez, desta vez no dia 2 de janeiro deste ano, os peritos voltaram a mexer no carro. Uma vistoria mais detalhada, em que os forros dos bancos e portas chegaram a ser retirados e o trajeto dos sete tiros que acertaram a caminhonete definidos. Foi exatamente por conta do resultado desse trabalho que no dia 4 de janeiro os servidores voltaram à Hilux.
Depois de ver as fotos da perícia feita pela responsável pelo caso, um dos peritos ficou com dúvidas sobre o trajeto dois dos tiros. Para esclarecer, os dois servidores que realizaram o trabalho voltaram ao veículo com o colega e ao abrirem a porta dianteira do passageiro, “visualizaram de forma escancarada” os flambadores.
O processo de levantamentos de fotos do dia do crime, do trabalho feito no dia 2 de janeiro e de entrevista com todos os envolvidos começou e, em nenhuma das provas, foram localizados quaisquer vestígios dos objetos dentro da caminhonete antes do dia 4.
Os maçaricos dentro do veículo poderiam comprovar uma das versões apresentada pelo PRF em depoimento à polícia, a de que o adolescente, que estava no banco de trás da Hilux, segurava um objeto que aparentava ser uma arma. Moon afirmou mais de uma vez que viu a vítima mais jovem, que levou dois tiros nas pernas, com algo parecido a um revólver.
O delegado Zalla também relatou em depoimento que, se os objetos tivessem sido encontrados no dia do crime teria sido comunicado, já que a cada achado ele era avisado pelos peritos. Outro servidor chegou a lembrar de que na data olhou de baixo do banco e viu apenas uma lata de cerveja e o extintor. A hipótese levantada durante o procedimento na Capoc foi então a de que alguém teria colocado os objetos no veículo.
Segundo os servidores ouvidos, depois da perícia, a Hilux ficou estacionada com os vidros abertos e portas destrancadas, em um local de ‘fácil acesso’. No dia em que os objetos foram encontrados, um dos peritos afirmou ter visto várias pessoas, que trabalhavam na reforma do Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal), em volta do veículo.
Sem câmeras de segurança, ou cerca elétrica, os servidores ressaltaram a facilidade de invasão ao local e chegaram a juntar no processo ofícios enviados à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) durante todo o ano de 2016 com pedidos de segurança e até notícias de um furto que aconteceu no prédio na madrugada do dia 20 de dezembro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário