O Serviço de Investigação Criminal Naval dos Estados Unidos abriu uma investigação sobre as postagens de fotos de fuzileiras americanas nuas feitas por colegas homens, em um grupo privado no Facebook. Centenas de imagens foram publicadas em uma pasta compartilhada, recebendo contribuição de diversos marines, sem o consentimento das mulheres.
As fotografias, que expuseram mais de vinte vítimas, foram distribuídas através do grupo Marines United, revelou o site The War Horse, uma organização noticiosa sem fins lucrativos comandada pelo veterano do Corpo de Fuzileiros Thomas Brennan. Várias oficiais foram identificadas no grupo com nome, posto de serviço e até links para seus perfis nas redes sociais.
Segundo o site de jornalismo investigativo Reveal, as imagens foram apagadas depois que Brennan contatou o Departamento de Defesa em 30 de janeiro, porém, novas fotografias voltaram a circular durante o mês de fevereiro. As postagens renderam mais de 2.500 comentários no Facebook, muitos obscenos, e em alguns deles militares pediam a contribuição de colegas com novas fotos.
Enquanto algumas fotografias eram feitas pelas próprias mulheres e vazadas sem permissão no grupo, outras foram captadas sem a percepção das vítimas. Em um dos casos, uma marine foi seguida por um colega na base de Camp Lejeune e fotografada enquanto pegava seu equipamento. Ela só soube que foi seguida ao ser contatada pelo War Horse para comentar o caso.
Imagens não explícitas de fuzileiras também foram compartilhadas para que os colegas comentassem. A oficial do Corpo de Fuzileiros Marisa Woytek descobriu através de amigos que teve postagens de sua conta no Instagram copiadas e republicadas no grupo durante os últimos seis meses. Segundo Woytek, as fotos receberam comentários que incentivavam estupro e assédio contra ela. “Mesmo que pudesse, nunca vou me realistar. Ser assediada online acabou com o Corpo de Fuzileiros para mim”, disse ao jornal Washington Post.
De acordo com oficiais do Departamento de Defesa, as fotos já foram apagadas da internet e o caso está sob investigação. Não está claro, porém, quantos foram os atuais e ex-militares envolvidos no vazamento. De acordo o sargento-mor dos fuzileiros navais, Ronald Green, “esse comportamento fere as colegas fuzileiras, familiares e outros civis”. “É inconsistente com os nossos valores fundamentais e nos impede de realizar nossa função, afirmou ao Reveal.