Rio
Polícia Militar exonera comandante do batalhão de Irajá
De acordo com a nota oficial, tenente coronel Marcos Netto deixou nesta segunda o 41ºBPM após os 'últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando'
Rio - Após pessoas inocentes serem mortas em ações decorrentes da ação de policiais sob seu comando, o tenente coronel Marcos Netto, responsável pelo 41º BPM (Irajá), foi exonerado. Na manhã desta segunda-feira, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alberto Pinheiro Neto, decidiu pela sua demissão. No domingo, quatro PMs foram presos suspeitos do fuzilamento de cinco jovens, no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio, e, em outubro, dois jovens morreram após um sargento confundir um macaco hidráulico com uma arma, na Pavuna.
Segundo a PM, o motivo para a exoneração foram os "últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando". "As ações conflitam com as orientações do Comando da Corporação. A exoneração é resultado do esforço que a PMERJ vem desenvolvendo ultimamente no sentido de mudar padrões operacionais de Unidades em áreas conflagradas", afirmou a corporação, em nota.
Quem assumirá o cargo de Marcos Netto é o tenente coronel Jorge Fernando de Oliveira Pimenta, que atualmente comanda o 32º BPM (Macaé). A PM não informou quem ficará à frente do batalhão da Região dos Lagos.
Ainda na manhã desta segunda-feira, durante coletiva de imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, classificou o episódio da noite do último sábado como "uma ação trágica e absolutamente desnecessária".
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"Os responsáveis já estão sofrendo processo judicial e possivelmente serão expulsos da corporação. Nada justifica essa ação de maneira nenhuma", afirmou Beltrame, destacando: "Os policiais sofrerão procedimentos constitucionais aplicados a qualquer cidadão", completa.
Beltrame ainda descartou qualquer deficiência na formação de policiais militares. "Não acho que seja má formação porque em escola de polícia uma das primeiras coisas que aprendi é que só devemos usar uma arma quando a nossa vida ou a de terceiros está ameaçada", afirmou.
"A formação de caráter deles é o problema e não há capacitação que resolva isso. Todos os PMs são avaliados, mas não dá para saber, com uma arma na mão, como uma pessoa irá agir, por meio de concurso público", acrescentou.
Casos recorrentes
Não foi a primeira vez que pessoas inocentes morreram em decorrência da ação de agentes do 41º BPM. No último dia 29 de outubro, quando o batalhão ainda estava sob o comando do tenente coronel Marcos Netto, dois mototaxistas foram assassinados por engano na Pavuna. Um sargento daquele batalhão confessou ter confundido um macaco hidráulico com uma arma e disparou contra as vítimas.
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Colaborou a estagiária Maria Clara Vieira
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