SP: policiais são presos e investigados por integrar grupo de extermínio
Por Redação, com Ponte.org – de São Paulo:
Investigados sob a suspeita de integrar um grupo de extermínio que age ao menos desde novembro de 2014 em Mogi das Cruzes (Grande São Paulo), os soldados Vanderlei Messias Barros e Fernando Cardoso Prado Oliveira, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, foram presos por ordem da Justiça, na última sexta-feira.
Desde 21 de novembro de 2014, seis atentados a tiros deixaram 20 homens e adolescentes mortos e outros 19 feridos em bairros da periferia de Mogi das Cruzes. Os crimes são investigados como cometidos pelos dois PMs presos e também por outros policiais que atuam no patrulhamento de Mogi das Cruzes.
Os soldados Barros e Oliveira são apontados formalmente pela Polícia Civil de SP como autores de uma chacina que matou três jovens, no início da madrugada de 24 de janeiro deste ano, no bairro Caputera, também na periferia de Mogi das Cruzes.
Antes de ser mandado para o Presídio Militar Romão Gomes por ordem do juiz da 2ª Vara de Mogi das Cruzes, o soldado Barros integrava a equipe da 2ª Companhia do 17º Batalhão da PM; Oliveira, o 32º Batalhão.
Na chacina atribuída formalmente aos dois militares pela Polícia Civil foram assassinados Ivan Marcos dos Santos Souza, 21 anos, Cristian Silveira Filho, 17, e Lucas Tomas de Abreu, 20, os dois últimos eram funcionários de supermercados de Mogi e tinham trabalhado naquela noite do atentado.
Por volta da 1h30 de 24 de janeiro, Souza, Silveira Filho e Abreu comiam esfirras na porta da casa de um deles, ao lado de outros dois amigos, quando um carro Fox, vermelho, passou pela rua Waldir Carrião Soares e os homens que estavam no veículo começaram a atirar contra o grupo. Os dois amigos das vítimas fatais foram baleados, mas sobreviveram ao atentado.
Aproximadamente 1h40 após a chacina no bairro Caputera, Breno dos Santos, de apenas 14 anos, e Celso Gomes, 29, também foram mortos a tiros e a Polícia Civil tenta descobrir se os PMs Barros e Oliveira ou outros militares também participaram das duas mortes. Santos e Gomes foram assassinados no Distrito de Jundiapeba, também na região periférica de Mogi, distante cerca de 11 km do Caputera.
Em todos os atentados em Mogi das Cruzes, os atiradores estavam em carros vermelhos ou brancos ou em motocicletas.
Até a conclusão desta reportagem, a Ponte não conseguiu localizar os advogados de defesa dos PMs Barros e Oliveira.
No último atentado, três jovens foram mortos quando empinavam pipa no Jardim Universo. Um deles, Mateus Justino Costa tinha 17 anos.