O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol/ES) vem a público manifestar repúdio e indignação à humilhação e maus tratos sofridos pelo agente de polícia, Claudio Bobbio Filho. Na última terça-feira (21), o agente policial, que estava acompanhado de um amigo, foi parado em uma blitz realizada por um grupo de policiais da Polícia Rodoviária Federal na estrada de Capuaba, em Vila Velha. Um policial rodoviário indagou ao policial civil perguntando se ele não sabia que em uma blitz é obrigatório abaixar os vidros do carro. Cláudio disse que desconhecia tal obrigatoriedade e se identificou como policial civil.
Ato contínuo, com a resposta do policial civil, o policial rodoviário ordenou que Cláudio saísse do carro e apresentasse os documentos. Um grupo de policiais rodoviários decidiu revistar o veículo. O policial civil pediu para acompanhar a revista, mas foi impedido. Cláudio insistiu e exigiu ter acesso a seu celular para acionar um superior, a corregedoria da Polícia Civil e o Sindicato. Com a exigência do agente de polícia, os policiais rodoviários federais o imobilizaram com violência e de forma desrespeitosa, algemaram-no desnecessariamente e o trancaram no cofre da viatura com a algema muito apertada por aproximadamente 50 minutos.
Os policiais rodoviários revistaram o carro e não acharam nada de ilícito. Mesmo assim, sem justificativas, notificaram o policial por estar com o pneu careca, sendo que seu veículo é novo, e lógico, também os acessórios e equipamentos. Os policiais também autuaram Cláudio por embriaguez ao volante pelo fato de ele ter se negado a fazer o teste do bafômetro.
O agente da polícia civil teve a sua arma apreendida, o carro guinchado ao pátio, sem motivo, e em seguida foi conduzido abruptamente, sendo encaminhado junto com seu amigo, sem explicações, à Sede da Polícia Federal, em São Torquato. No boletim de ocorrência apresentado pelos policiais rodoviários eles alegaram que Cláudio cometeu o crime de desacato a autoridade.
Só na Sede da Polícia Federal que o policial civil conseguiu se livrar das algemas que o apertavam, por ordem do delegado federal, e ligar para o Sindipol/ES, onde seus diretores prontamente estiveram no local com um advogado para a sua defesa.
Cláudio foi liberado pelo delegado federal após assinar o termo circunstanciado (TC). Em seguida ele foi até ao DML de Vitória onde realizou um exame toxicológico, etílico e de lesões corporais. O policial contou que passou mal dentro da viatura e ficou com um dos braços machucados devido à má posição e o tratamento degradante ao longo tempo em que ficou preso dentro do cofre.
“Me sinto humilhado, constrangido e desrespeitado diante de tanto abuso. Tenho 24 anos de profissão e nunca vi uma situação dessa. Eu nunca bebi, fumei ou usei droga. Recusei fazer o bafômetro deles e não deixei eles revistarem meu carro sem minha presença com medo de plantarem algo contra mim. Eles não queriam uma abordagem, mas sim me humilhar.” Desabafou o policia civil.
Cláudio com todo o apoio da assessoria jurídica do Sindipol/ES entrou com uma representação contra os policiais rodoviários na Corregedoria da instituição. O Sindicato oficiou a Superintendência da Polícia Rodoviária Federal pedindo explicações dos fatos narrados pelo agente de polícia civil.
Queremos saber entre outros pontos por que o policial civil não foi encaminhado a uma delegacia de policia judiciária estadual, por qual motivo ele foi algemado, qual a circunstância que levou o veículo a ser encaminhado ao pátio do Detran, por qual razão o amigo de Cláudio também foi levado a Sede da Polícia Federal, sendo que ele nem foi citado na ocorrência, e por que motivo o policial civil não teve o direito ao acesso a seu celular para efetuar uma ligação?
O Sindipol/ES tem um grande respeito e admiração pela instituição Polícia Rodoviária Federal e pela sua corporação, mas infelizmente ações isoladas de alguns policiais agridem a imagem indelével da PRF, mas, ratifica que irá adotar as providências necessárias ao caso, frente às agressões praticadas e pelo constrangimento imposto, com o excesso e abuso pela força policial citada, em que a dita equipe agiu no cometimento de sucessivas arbitrariedades durante a blitz na rodovia federal contra um cidadão servidor público policial civil do Estado do Espírito Santo. Inadmissível!
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