Com salário de R$16,4 mil, subtenente responderá a inquérito militar, além da investigação da PF
Com apenas 1.260 votos, Roberto Henrique de Souza Júnior saiu das eleições de 2018 com o plano frustrado de se tornar deputado federal. Ele ficou em 907° lugar entre 1154 candidatos, sem nenhuma chance de ocupar uma das 44 cadeiras do Rio de Janeiro na Câmara Federal.
Sob o nome de “Júnior Bombeiro” na urna, o subtenente da corporação em Campos dos Goytacazes havia tentado a vaga pelo Patriota, partido que lançara Cabo Daciolo a presidente.
Souza Júnior foi o primeiro pela Polícia Federal nesta segunda-feira (16). Uma mulher de 48 anos que tinha sido alvo de outro mandado de prisão se entregou à noite. Um outro suspeito continua foragido.
Os dois foram detidos durante a Operação Ulysses – em referência à Ulysses Guimarães, um dos brasileiros que teve atuação mais expressiva em defesa da democracia.
A investigação mira apontar financiadores e organizadores não só das invasões a prédios públicos no dia 8 de janeiro em Brasília, mas também no acampamento montado no Quartel General do Exército na capital fluminense e no bloqueio de estradas.
Na campanha de 2018, Souza Júnior tirou apenas R$600 do próprio bolso e imprimiu cartões e adesivos, ele não recebeu doações e nem teve outras despesas. Os números sugerem um investimento muito inferior aos nomes que conseguiram se eleger.
A CNN apurou que Souza Júnior chegou a ser excluído da corporação mas foi beneficiado com uma lei que anistiou bombeiros e acabou voltando. Os últimos salários pagos ao agente público foram de R$16,4 mil.
A CNN não conseguiu contato com a defesa do bombeiro preso até o fechamento desta reportagem. Já a corporação disse que acompanha os trabalhos da PF e “segue ao dispor das autoridades para colaborar nas investigações”.
Júnior Bombeiro está preso no Grupamento Especial Prisional da (GEP) da corporação, em São Cristóvão, centro da capital fluminense.
“O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito”, afirmou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro. Ele considerou a participação de integrantes da tropa nos atos como “inadmissível”.
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