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domingo, 18 de abril de 2021

Conheça o clã Jerominho, alvo da PF por crimes eleitorais e ligação com milícia

 Irmãos são apontados como fundadores da maior milícia do Rio, a Liga da Justiça, e apoiam candidaturas das respectivas filhas em eleições municipais do Rio


Carminha Jerominho e o tio Natalino. Ex-vereadora tenta outra candidatura, apoiada pelo clãReprodução

POR O DIA

Rio - Na semana das eleições municipais, nomes importantes ligados à milícia carioca são alvos de operação da Polícia Federal nesta quinta-feira. Trata-se da família Jerominho. Os irmãos Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e Natalino José Guimarães, o Natalino, além de Jéssica Natalino, candidata a vice-prefeita no Rio, tiveram dinheiro, documentos e outros materiais apreendidos pela PF nesta quinta-feira (12). Os irmãos são apontados como fundadores da maior milícia do Rio, a Liga da Justiça.

Jerominho, que já ficou preso por onze anos, chegou a lançar pré-candidatura a prefeito do Rio pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) este ano. A cabeça de chapa, no entanto, ficou com a Suêd Haidar, a vice no entanto, ficou com Jéssica Natalino, sobrinha de Jerominho.
Carminha Jerominho, filha do patriarca, é candidata a vereadora pelo PMB e recebe o apoio dos irmãos Jerominho e Natalino. 
A operação Sólon, deflagrada hoje, visa apurar a prática do crime de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro conexos à crimes eleitorais. Ao todos, são 12 mandados de busca e apreensão cumpridos pelos agentes contra milicianos que almejam cargos no legislativo e no executivo, nas eleições municipais deste ano. 
Jerominho Guimarães se autodenomina 'Coração Valente'
Ex-vereador do Rio, Jerônimo Guimarães Filho, de 71 anos, ficou preso por onze anos acusado de fundar a maior milícia do estado, a Liga da Justiça. Ele foi absolvido e solto em outubro de 2018. Policial civil aposentado, ele era acusado de ser o mandante da morte do motorista de van Rodrigo Costa, em 2005, em Campo Grande, que sobreviveu. 
Rodrigo foi baleado quando passava de Kombi pela Estrada do Mendanha, perto da Avenida Brasil. Conhecido como Leandrinho Quebra-Ossos, Leandro Paixão Viegas foi acusado de ser o executor do crime, mas acabou absolvido em 2016. Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, também foi acusado de planejar a morte e  está em presídio federal. A Liga da Justiça era liderada por Ricardo Teixeira Cruz e Aldemar Almeida dos Santos, respectivamente, Batman e Robin.
Nas redes sociais, Jerominho se define como conservador e pró-família.
Natalino Guimarães e a filha Jéssica Natalino
Natalino
Braço direito de Jerominho, Natalino é ex-policial militar e ex-deputado estadual. Natalino José Guimarãesfoi apontado pela CPI das Milícias da Alerj, no início do ano 2000, como responsável, junto com o irmão, por chefiar a Liga da Justiça, na Zona Oeste. A milícia usava o símbolo do Batman para marcar as casas e estabelecimentos comerciais que pagavam por seus “serviços”. Ambos negam as acusações.
Natalino também ficou preso por pouco mais de dez anos em presídios federais, mas como o irmão, foi absolvido em outubro de 2018 por tentativa de homicídio contra um motorista de van em Campo Grande no ano de 2005.
Eleito para ocupar uma cadeira na Alerj em 2006, foi preso em 2008 e expulso do DEM. Para evitar a cassação, renunciou ao cargo de deputado estadual em novembro de 2008.

Jessica Natalino e o pai Natalino. Filho de candidata a vice-prefeita pelo PMB nasceu em setembro e foi batizado com homenagem ao avôReprodução Jéssica Natalino

Com a desistência de Jerominho de disputar a eleição à Prefeitura do Rio, Jéssica Rabelo Guimarães, filha de Natalino, entrou na chapa de Suêd Haidar, como candidata a vice-prefeita. O marido da candidata do PMB foi levado nesta quinta-feira à superintendência da PF por porte de arma e munições. Jéssica, de 29 anos, foi alvo de mandado de busca e apreensão pela operação da PF.
A advogada criminalista teve um filho no dia 29 de setembro, batizado com uma homenagem ao avô: Marco Antônio Natalino, o "Natalzinho".

Carminha Jerominho e o tio Natalino. Ex-vereadora tenta outra candidatura, apoiada pelo clã

Carminha Jerominho
Carminha Jerominho tenta uma cadeira na Câmara dos Vereadores. Afastada da política, ela chegou a ser eleita em 2008 de dentro da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Ela respondia a uma acusação de usar a milícia para coagir eleitores na Zona Oeste. Carminha teve o mandato de vereadora cassado por arrecadação irregular de verba, mas voltou ao cargo em 2011 por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em 2012, ela tentou ser reeleita, mas perdeu.

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