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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Após denunciar ministro Ricardo Salles, delegado da PF no Amazonas é substituído

Alexandre Saraiva

Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, será substituído (Foto: PF/Divulgação)

Da Redação

 


MANAUS – O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu trocar o chefe do órgão no Amazonas, Alexandre Saraiva. A demissão ocorreu após Teixeira levar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por interferências indevidas no trabalho da Polícia Federal e por atuar na defesa de madeireiros flagrados praticando desmatamento na Amazônia



De acordo com o documento ao qual o ATUAL teve acesso, fatos coletados durante investigação demonstram a atuação dos três após a apreensão recorde pela Superintendência da PF no Amazonas de 226 mil metros cúbicos de madeira em toras extraídas ilegalmente por organizações criminosas. Nesta quinta-feira, 15, em entrevista à Globonews, Saraiva disse que Salles defende infratores ambientais.


“Não é todo dia que o superintendente faz isso (notícia-crime ao STF), mas também não é todo dia que um ministro de outra pasta se arvora a promover a defesa de infratores ambientais. A forma como nós trabalhamos com o Ibama sempre foi de parceria. Nunca o Ibama solicitou os laudos periciais para fazer análise”, disse Saraiva.

De acordo com o delegado, após a apreensão recorde, no âmbito da Operação Handroanthus–GLO, o ministro Ricardo Salles e o senador Telmário Mota apresentaram documentação tentando dar legalidade à extração da madeira, mas a PF constatou uma fraude na titulação de terras em nome de terceiros com a utilização de títulos de região distante mais de 500 quilômetros do local desmatado.


A notícia-crime diz que Salles resolveu adotar posição totalmente oposta à que lhe é devida em função do cargo, “de apoiar os alvos, incluindo, dentre eles, pessoa jurídica com 20 Autos de Infração Ambiental registrados, cujos valores das multas resultam em aproximadamente R$ 8,37 milhões”. Para Saraiva, o ministro patrocina diretamente interesses privados (de madeireiros investigados).


Na entrevista dada a Globonews nesta quinta-feira, Saraiva disse que não havia sido informado da demissão, mas que não havia feito concurso para ser superintendente de Polícia Federal, mas para delegado. “Eu não recebi nenhuma comunicação nesse sentido até agora. (…) Eu não fiz concurso para superintendente da Polícia Federal. Eu fiz concurso para delegado. Eu sou um policial”, disse Saraiva.


Maiurino escolheu o delegado Leandro Almada para substituí-lo. O policial foi o número 2 da gestão de Saraiva e comandou o grupo de investigações ambientais na superintendência.


O delegado também disse que continuará responsável pelo inquérito. “Nunca recusei missão e nunca tive moleza na Polícia Federal. Sempre abracei todas as missões e nunca me deram missão fácil. Eu as cumpri com o maior senso de dever possível. E se isso desagradar um ou outro, paciência. (…) Esse inquérito foi instaurado por mim e eu continuo como autoridade policial dele”, afirmou Alexandre.


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