PM que matou homem em pizzaria responde por outro homicídio em bar
Soldado foi expulso da Polícia Militar e reintegrado por ordem judicial.
Delegado diz que ele disparou três vezes em vítima na pizzaria de Salvador.
O policial militar reformado, de 45 anos, que se entregou como autor dos tiros que mataram otécnico de informática Fábio Luiz dos Santos Carmo numa pizzaria na Ribeira, em Salvador, responde a outro crime de homicídio, ocorrido num bar do bairro de Mussurunga no ano de 2003. Segundo o delegado Reinaldo Mangabeira, da 3ª Delegacia de Homicídio, que apura o caso, ele não poderia exercer a função de PM desde 1998, depois de sofrer acidente de carro e ficar com problemas neurológicos. Ele deve ficar detido no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, por pelo menos 30 dias, em cumprimento do pedido de prisão provisória.
O crime aconteceu na madrugada de sábado (18), quando a vítima comemorava um novo emprego. De acordo testemunhas, a agressão teria sido cometida durante discussão devido a um estouro de champanhe.
O delegado Mangabeira informou que imagens da câmera de segurança da pizzaria mostram o momento do crime. Segundo ele, é possível ver a briga, quando Fábio Carmo foi em direção ao PM. Em seguida, ao perceber que o soldado reformado sacou a arma, a vítima recua, mas mesmo assim é atingida pelo primeiro tiro. O autor ainda atira mais duas vezes contra o rapaz de 33 anos, já no chão. "As imagens são claras. Ele saca a arma, no meio de várias pessoas, e coloca em risco outras pessoas que estavam ali. A vítima, após o primeiro tiro, ficou imobilizada, e ele prontamente se aproxima da vítima, se agacha e dá mais dois tiros", disse o delegado nesta terça-feira (21).
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Segundo o delegado Mangabeira, ele informou que comprou a pistola .380, usada no crime, há 10 anos com um outro policial, que já teria morrido em acidente de carro. O delegado informou que o porte da arma, que continua desaparecida, era ilegal.
O soldado reformado foi ao DHPP acompanhado de um advogado, que alegou que ele sofre de problemas mentais. O suspeito saiu da unidade policial sem falar com a imprensa.
A Polícia Militar informou que o soldado foi demitido no ano de 2006 após responder a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) por homicídio. No entanto, depois de quatro anos afastado, ele foi reintegrado em 2010 por ordem judicial. Quando retornou à corporação, a PM informou que a Junta Médica julgou que ele era incapaz de desempenhar a atividade policial militar e está na condição de reformado.
Diálogo pós-crime
Imagens exclusivas, divulgadas pela TV Bahia, mostram cenas registradas logo após o crime em rua atrás da pizzaria onde carros estariam estacionados. Confira aqui o diálogo. As imagens foram feitas com celular por uma pessoa que estava no local e prefere não se identificar. Nelas, é possível ver o suposto autor sendo criticado por um grupo de homens.
Imagens exclusivas, divulgadas pela TV Bahia, mostram cenas registradas logo após o crime em rua atrás da pizzaria onde carros estariam estacionados. Confira aqui o diálogo. As imagens foram feitas com celular por uma pessoa que estava no local e prefere não se identificar. Nelas, é possível ver o suposto autor sendo criticado por um grupo de homens.
O vídeo mostra um grupo do lado esquerdo. Nele, um homem de bermuda branca conversa com outro de camisa preta e calça jeans. Do lado direito, um grupo de amigos de Fábio Luiz, que também é chamado de "Dudinha".
Relato de irmã
"Ele tinha muitos amigos e era muito amado", falou Luciana Lordelo, 30 anos, irmã do técnico de informática. Ela disse que o local onde ocorreu o crime era ponto de encontro do irmão. No dia, Fábio estava com amigos, uma prima e a namorada. Ele estava em comemoração do novo emprego e por isso resolveu se reunir na pizzaria. "Ele tinha um amigo que cantava sempre lá [na pizzaria], então ele sempre estava por lá, sempre frequentava com os amigos. A pizzaria fica aqui perto de casa, em uma rua paralela. Dá para ir andando", conta.
"Ele tinha muitos amigos e era muito amado", falou Luciana Lordelo, 30 anos, irmã do técnico de informática. Ela disse que o local onde ocorreu o crime era ponto de encontro do irmão. No dia, Fábio estava com amigos, uma prima e a namorada. Ele estava em comemoração do novo emprego e por isso resolveu se reunir na pizzaria. "Ele tinha um amigo que cantava sempre lá [na pizzaria], então ele sempre estava por lá, sempre frequentava com os amigos. A pizzaria fica aqui perto de casa, em uma rua paralela. Dá para ir andando", conta.
Segundo Luciana Lordelo, nunca tinha acontecido algo do tipo com o irmão. Eles moram no bairro da Ribeira desde que nasceram. "Somos nascidos e criados aqui, Fábio morava aqui há 33 anos, na mesma casa e com minha mãe. Uma irmã nossa, mais nova também morava com eles. Apenas durante um ano ele foi morar em Ilhéus e voltou", relata.
Luciana conta que por conta da morte de Fábio, a mãe está a base de remédios e ainda não consegue acreditar que perdeu o filho. "Minha mãe está muito mal, ontem [domingo] a gente conseguiu que ela dormisse. Muitos amigos vêm aqui para dar apoio. A única coisa que pedimos agora é que seja tudo feito dentro da lei e que seja feita justiça", conta.
Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Civil informou que já possui imagens da pizzaria e que elas estão passando por tratamento para melhor identificação dos fatos. A polícia ainda disse que está fazendo buscas pelo suspeito, que foi apontado por testemunhas, para esclarecimentos, contudo, ninguém ainda foi preso.
O crime
Segundo a polícia, a vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital São Jorge, no bairro de Roma, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a polícia, a vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital São Jorge, no bairro de Roma, mas não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas apontaram que motivação da morte do técnico de informática foi o estouro de duas garrafas de champanhe. Pessoas que preferiram não se identificar, disseram que um homem que estava em uma das mesas do bar molhou Fábio Luiz e os amigos ao abrir uma garrafa de champanhe.
Minutos após, a mesma pessoa teria aberto outra garrafa, molhando novamente o grupo que estava na mesa vizinha. De acordo com as testemunhas, Fábio teria reclamado com o rapaz que estava abrindo as garrafas e foi atingido por quatro tiros no peito e no rosto. Amigo da vítima, Carlos da Hora disse que o homem responsável pelos disparos saiu de forma fria do local. O bar onde ocorreu o crime não abriu no sábado.
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