Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

terça-feira, 3 de abril de 2018

Jovem morto por PMs na favela do Moinho tinha marcas de agressões

Jovem morto por PMs na favela do Moinho tinha marcas de agressões

Irmã diz que policiais ficaram em barraco por mais de meia hora antes de saírem com corpo


Foi confirmada na tarde desta terça-feira (27) a morte de Leandro dos Santos, de 19 anos. Ele deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo no fim da manhã de hoje, após ser agredido e baleado durante uma operação policial na favela do Moinho, centro da capital.
O corpo do rapaz tinha sinais de agressão, incluindo dentes quebrados e inchaço no rosto, segundo informaram parentes do jovens. A família de Santos acusa os PMs de o agredirem com um martelo ao perseguí-lo dentro de um dos barracos da favela. A reportagem do R7 encontrou no local um martelo ensanguentado.
Leandro levou cinco tiros: três na barriga e dois nas costas. A PM diz que ele estava armado e afirma ter apreendido um revólver calibre 38 no local onde ele foi morto.
Apesar de ter sido levado para o pronto-socorro, o relatório aponta que o horário da morte foi 11h14. Nessa hora, ele ainda estava na favela do Moinho e não tinha chegado à Santa Casa.
A mãe dele, Maria Odete de Souza, diz que o filho era dependente químico, mas que não praticava crimes. Letícia de Souza, uma das irmãs do garoto, relata que o encontrou momentos antes da chegada dos policiais.
— Quando a PM entrou na favela, meu irmão estava com uns amigos dele sob efeito de cocaína. Ele tem vergonha de mim quando fica assim. Assim que apontaram a espingarda, ele se assustou e correu para dentro da casa do vizinho. A moradora foi arrancada de dentro [da casa] e entraram muitos policiais no barraco. Eles ficaram com meu irmão lá por uns 30, 40 minutos. Nesse meio tempo eu escutei uns barulhos de tiro abafados.
A dona da casa para onde o jovem fugiu, Lucimar Oliveira Santana, foi levada pelos policiais à delegacia e seu marido impedido de acompanhá-la. Mais de duas horas depois do ocorrido, Cristiano Machado não sabia para onde sua esposa havia sido encaminhada.
Na versão inicial dos policiais, o garoto teria atirado contra viaturas que faziam uma operação na favela e fugido.
A irmã de Leandro conta que a família tentou saber o que se passava dentro do barraco, mas foi impedida.
— Sempre que eu perguntava, diziam que não estavam fazendo nada, que já falariamos com meu irmão. Até que vieram com a maca e o saco para corpo. Nesse momento meu outro irmão, Lucas, entendeu o que acontecia e partiu para cima dos policiais. Um deles sufocou ele até quase morrer. Eu e minha cunhada fomos agredidas tentando separá-los. Ela levou um chute na boca. 
O caso será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Nenhum comentário:

Postar um comentário