28.nov.2015 - Roberto de Souza Penha, 16, um dos cinco jovens mortos por uma patrulha da PM que atirou contra o carro em que estavam em Costa Barros, na zona norte do Rio de Janeiro
Imagem: Reprodução/Facebook
Pai de uma das cinco vítimas da Chacina de Costa Barros, Jorge Roberto Penha disse hoje, durante depoimento que fez parte do julgamento de três dos quatro policiais militares acusados de matar cinco jovens com 111 tiros, em novembro de 2015 na zona norte do Rio, que se lembra diariamente na imagem do filho, Roberto de Souza Penha, 16, e outros quatro amigos mortos.
Ele contou que o crime aconteceu próximo da casa onde a família morava e foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local. Jorge Roberto também ratificou a informação que já constava nas investigações do caso, de que os PMs teriam adulterado a cena do crime.
"Eu estava vendo TV, quando fui avisado de um crime próximo de casa. O meu filho era um trabalhador que havia saído, naquela noite, para aproveitar o seu primeiro salário. Me disse todo feliz que ia pagar tudo para os amigos naquela noite, mas acabou morto. Só eu sei como tenho vivido desde então. Penso todos os dias na cena do crime e posso garantir que uma arma foi colocada ali para forjar um auto de resistência. Nenhum deles estava armado", relatou.
O julgamento de três dos quatro PMs será concluído amanhã (8). Os PMs Antonio Carlos Gonçalves Filho, Fabio Pizza Oliveira da Silva, Thiago Resende Viana Barbosa e Marcio Darcy Alves dos Santos respondem na Justiça por homicídio, tentativa de homicídio e fraude processual. Além de Roberto de Souza Penha, foram assassinados na ocasião Wilton Esteves Domingos Júnior, 20, Carlos Eduardo da Silva de Sousa, 16, Wesley Castro Rodrigues, 25, e Cleiton Correa de Souza, 18.
Os jovens haviam passado a tarde do dia 28 de novembro de 2015 no Parque de Madureira, na zona norte da capital fluminense, comemorando o primeiro salário de Roberto. Após chegarem em casa, decidiram sair novamente para fazer um lanche. No trajeto, tiveram o carro em que estavam metralhado pelos PMs.
Wilkerson Luis de Oliveira Esteves e Lourival Júnior, que estavam em uma moto que seguia o carro, sobreviveram. Oito meses depois, Wilkerson morreu vítima de um aneurisma cerebral.
Na época, os PMs disseram que confundiram o carro no qual estava o grupo, um Fiat Pálio branco, com outro veículo, que havia sido usado para o roubo de um caminhão de bebidas próximo dali.
14 Comentários
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No julgamento, a inocência do CB Oliveira foi demonstrada por mim, perito criminal oficial, apresentando falhas graves dos laudos de confronto balístico - com sinais claros de distração das peritas e fortes indícios de que um segundo laudo de confronto balístico teria sido, na realidade, cópia do primeiro. Se isso se confirmar, as peritas terão desobedecido ordem judicial e cometido o crime de falsa perícia. Além disso, outros laudos de Balística mostravam a insegurança à qual são sujeitas as provas criminais e a baixa capacidade técnica demonstrada pelas peritas que examinaram os componentes de munição.
O Brasil é um país sem impunidade! Enquanto não exigirmos leis rígidas incluíndo a pena de morte, nada vai mudar no nosso país! A história destes rapazes é uma consequência da violência sem limite e sem punidade no Brasil. Quando começarmos a limpar o país, incidentes como este vão começar a ficar raro. Policias não tem outra opção: ou matam, ou morrem! O problema é que em vários casos pessoas inocentes acabam morrendo.
Triste é saber que tem pessoas que pensam que todos que vivem nas comunidades são bandidos, quando na realidade são reféns da bandidagem devido a ausência do estado.
Tantos anos e este crime ainda não resolvido ou julgado. Uma afronta e desrespeito a família dos mortos. Só por aqui a policia mata tanto e com uma quantidade de tiros absurdo como se estivesse em guerra Coitada das famílias que só podem contar com a justiça divina. Além dos comentários desrespeitosos de hipócritas quanto a foto das vitimas, quanto preconceito. País de desesperança quanto a justiça.
Duvido muito que os PMS vão ser presos. No máximo afastados para cargo administrativo e vida que segue. Lamentável a justiça no Brasil para essas pessoas que acham que são melhores que outros.
A matéria não cita como essa família foi destruída nesse crime bárbaro. A mãe desse cara de APENAS 16 ANOS morreu de depressão. É inimaginável o peso que esse pai carrega e ainda tem forças para dar alimentar essa matéria. eu só desejo toda a força do mundo pra esse senhor e gostaria de dizer que a justiça dos homens é falha mas todos eles vão pagar pela eternidade.
Que seja feita justiça então.
Puseram o Exercito, treinado e adestrado para uma função, para fazer um serviço que não é deles, desvio de função, esse é o nome do crime.
Esse gesto na foto é característico de quem é gente boa na comunidade...