MT: Investigados por grampos temem delação de coronel Zaqueu
29/09/2017 11:13
A suposta organização criminosa que é acusada de realizar interceptações telefônicas ilegais e tentar atrapalhar as investigações sobre o caso, composta por membros do alto escalão do governo e da Polícia Militar temem que o coronel PM Zaqueu Barbosa faça uma delação sobre tudo o que sabe.
É o que revelou o depoimento do tenente-coronel PM José Henrique Costa Soares, escrivão no inquérito policial militar (IPM) relativo ao escândalo dos grampos, aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringuetta, que conduzem as apurações.
De acordo com Soares, ele se encontrou no último dia 13 do major PM Michel Ferronato, que teria sido enviado pelo grupo investigado, que lhe disse que sabia sobre a gravação que o escrivão teria feito de forma clandestina de uma conversa com o desembargador Orlando Perri e que o então secretário de Estado de Segurança Pública Rogers Jarbas precisaria desse áudio também, pois estava sendo alvo da investigação e havia ficado exposto.
Além disso, o major também questionou sobre a possibilidade de prisão do coronel PM e então secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos Airton Siqueira e se havia indícios de que o coronel e ex-comandante geral da Polícia Militar Zaqueu Barbosa fazer delação.
Conforme o escrivão, o contato com Ferronato ocorreu após receber um aviso do coronel PM e ex-chefe da Casa Militar Evandro Lesco, a quem ele estava sendo coagido a ajudar com vazamento de informações sobre o andamento das investigações. No último dia em que se encontraram, na casa do coronel, Lesco lhe avisou que seria procurado por um emissário do secretário de Estado de Segurança Pública, a quem ele deveria atender e seguir todas as orientações.
Já no último dia 12, enquanto jantava em uma peixaria famosa da capital, o escrivão percebeu que havia vários servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) no local e, em seguida, o major Michel Ferronato se dirigiu até sua mesa e lhe disse que no dia seguinte iria fazer uma caminhada no parque Mãe Bonifácia, onde eles deveriam se encontrar.
“(…) naquele instante o depoente deduziu que o MAJOR FERRONATO seria a pessoa enviada pelo SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA, uma vez que não tem intimidade com o mesmo para ter sido ‘convidado’ para caminhar juntos”, diz trecho dos autos.
No dia seguinte, conforme combinado, Soares e Ferronato se encontraram na praça central do parque. O major começou a puxar conversa com o tenente-coronel, questionando sobre sua promoção a coronel, dizendo que era injusto o policial receber boas pontuações, mas não ser promovido, já que isso dependia da decisão do governador. Em seguida, Ferronato teria partido para perguntas mais contundentes sobre o andamento das investigações sobre os grampos telefônicos ilegais.
Gazeta Digital
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