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Policiais civis querem analisar caminho dos mais de 200 milhões de reais desviados. Coronel preso por envolvimento no esquema aguarda resposta sobre proposta de delação
A Polícia Civil de São Paulo pediu que a Justiça decrete a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 52 empresas e 153 pessoas por suspeito de envolvimento com esquema que desviou mais de 200 milhões de reais da Polícia Militar de São Paulo entre 2005 e 2012. O esquema foi apelidado de Lava Jato da PM, como revelou o EL PAÍS. O objetivo dos policiais é rastrear o caminho do dinheiro do esquema de desvio de recursos da Polícia Militar de São Paulo. Os pedidos foram feitos na última quinta-feira à 10ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda.
Investigações dos policiais civis se concentram no núcleo empresarial do esquema: fornecedores e prestadores de serviços. Se concedidas as quebras dos sigilos bancário e fiscal, a equipe do delegado Fernando Bardi, responsável pelas investigações, deve solicitar ao Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil de São Paulo uma análise para identificar se há agentes públicos, familiares de agentes ou laranjas entre os beneficiários. Há suspeitas de que fornecedores da PM fizeram repasses diretamente para contas bancárias de policiais militares envolvidos no esquema.
Também começou na semana retrasada uma investigação de atos de improbidade administrativa, iniciada pelo promotor Nelson Sampaio de Andrade. A investigação foi motivada pela reportagem do EL PAÍS que revelou em setembro a tentativa de delação premiada do coronel José Adriano Filho, único preso até agora por envolvimento com o esquema.
O promotor solicitou à Polícia Militar que sejam enviados documentos com o histórico profissional de 18 coronéis citados em uma carta do coronel Adriano. Nessa carta, Adriano levantava suspeitas de que esses 18 coronéis foram beneficiados com recursos desviados da PM. Entre os coronéis mencionados estavam o deputado estadual Coronel Camilo (PSD), o juiz Orlando Beraldi, do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, e o coronel João Cláudio Valério, ex-chefe de gabinete do secretário Saulo de Castro Abreu Filho.
Apesar da investigação de improbidade administrativa, o deputado e o juiz possuem foro privilegiado e, por isso, só podem ser investigados em esfera criminal por iniciativa do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio.
Delação em análise
O procurador-geral de Justiça ainda analisa a proposta de delação premiada do coronel Adriano. As negociações do acordo foram conduzidas pelo procurador Cícero José de Morais, chefe da assessoria de competência originária criminal, e uma equipe de cinco promotores.
Já foi entregue ao Ministério Público uma proposta por escrito com as provas contra cada cúmplice delatado por Adriano. Além dos 18 coronéis mencionados na carta, também foram citadas outras autoridades.
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