Prisão de delegado da Polícia Federal em SP surpreende colegas
Rafael Hupsel - 25.fev.2008/Folhapress | ||
O delegado da PF Mario Menin Junior, que foi preso pela corporação nesta terça-feira (10) |
A prisão do delegado da Polícia Federal Mario Menin Junior, nesta terça-feira (10), deixou seus pares na corporação chocados.
Ele é delegado da PF há mais de 30 anos, já atuou na corregedoria do órgão em São Paulo investigando outros policiais e ocupou cargos importantes na corporação: chefiou a delegacia contra o crime organizado em São Paulo e as operações no aeroporto internacional de Cumbica (SP).
Menin Junior foi preso pela própria PF sob acusação de extorsão a empresários da região de Campinas (SP). Outras três pessoas foram detidas, acusadas de se passarem por delegados da PF.
A informação foi antecipada pelo "Painel".
Em nota, a Polícia Federal disse que 48 policiais cumpriram quatro mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão no Estado de São Paulo.
Menin Junior chegou chorando à superintendência da Polícia Federal em São Paulo, segundo amigos do policial ouvidos pela Folha.
Curiosamente, ele foi preso a partir de uma investigação iniciada na corregedoria, seção que chefiou.
A juíza federal que decretou a prisão de Menin Junior e dos outros três homens, Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, de Campinas, não respondeu aos questionamentos da Folha sobre os motivos da prisão do delegado da Polícia Federal.
A instituição também não deu detalhes sobre os fundamentos da ação.
Colegas do delegado disseram estranhar a prisão porque ele não tem o perfil típico do policial corrupto, identificado pelos seus pares como aquele que gosta de ostentar riqueza ou poder.
Menin Junior é extremamente católico, fez parte do Exército antes de ingressar na PF e, aos 53 anos, morava com a mãe num apartamento em São Paulo.
A prisão do delegado faz parte da Operação Alcmeon, que investiga a venda de sentença judiciais no TRF (Tribunal Regional Federal) da quinta região, cuja sede fica no Recife (PE), e envolve ações da Justiça Federal em segunda instância.
Segundo procuradores envolvidos na operação, havia a venda de sentenças da Operação Lava Jato que correm no Nordeste.
O nome de Menin Junior aparece em duas ações do TRF do Recife, ambas envolvendo o pagamento de precatórios emitidos pelo Estado de Alagoas.
Familiares disseram à Folha que podem ser ações envolvendo parentes do policial, já que ele não poderia advogar em tese.
A operação da PF que investiga a venda de sentenças foi deflagrada no fim de agosto no Recife e em Natal a partir da delação de um empresário que chegou a pagar para evitar ser preso e ter seus bens sequestrados.
Ele disse no acordo de delação que assinou que pagava R$ 350 mil por uma decisão favorável. Relatou que chegou a ter um veículo sequestrado pelos vendedores de sentença para garantir o pagamento.
OUTRO LADO
Procurado pela Folha, o advogado Pedro Luiz Aguirre Menin, tio do delegado e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, não foi encontrado para comentar a prisão.
Familiares disseram à reportagem que o advogado estava viajando de volta para São Paulo para cuidar do caso do delegado.
Amigos e familiares afirmaram à Folha que os outros três presos podem ter usado o nome de Menin Junior para extorquir empresários.
Ele é delegado da PF há mais de 30 anos, já atuou na corregedoria do órgão em São Paulo investigando outros policiais e ocupou cargos importantes na corporação: chefiou a delegacia contra o crime organizado em São Paulo e as operações no aeroporto internacional de Cumbica (SP).
Menin Junior foi preso pela própria PF sob acusação de extorsão a empresários da região de Campinas (SP). Outras três pessoas foram detidas, acusadas de se passarem por delegados da PF.
A informação foi antecipada pelo "Painel".
Em nota, a Polícia Federal disse que 48 policiais cumpriram quatro mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão no Estado de São Paulo.
Menin Junior chegou chorando à superintendência da Polícia Federal em São Paulo, segundo amigos do policial ouvidos pela Folha.
Curiosamente, ele foi preso a partir de uma investigação iniciada na corregedoria, seção que chefiou.
A juíza federal que decretou a prisão de Menin Junior e dos outros três homens, Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, de Campinas, não respondeu aos questionamentos da Folha sobre os motivos da prisão do delegado da Polícia Federal.
A instituição também não deu detalhes sobre os fundamentos da ação.
Colegas do delegado disseram estranhar a prisão porque ele não tem o perfil típico do policial corrupto, identificado pelos seus pares como aquele que gosta de ostentar riqueza ou poder.
Menin Junior é extremamente católico, fez parte do Exército antes de ingressar na PF e, aos 53 anos, morava com a mãe num apartamento em São Paulo.
A prisão do delegado faz parte da Operação Alcmeon, que investiga a venda de sentença judiciais no TRF (Tribunal Regional Federal) da quinta região, cuja sede fica no Recife (PE), e envolve ações da Justiça Federal em segunda instância.
Segundo procuradores envolvidos na operação, havia a venda de sentenças da Operação Lava Jato que correm no Nordeste.
O nome de Menin Junior aparece em duas ações do TRF do Recife, ambas envolvendo o pagamento de precatórios emitidos pelo Estado de Alagoas.
Familiares disseram à Folha que podem ser ações envolvendo parentes do policial, já que ele não poderia advogar em tese.
A operação da PF que investiga a venda de sentenças foi deflagrada no fim de agosto no Recife e em Natal a partir da delação de um empresário que chegou a pagar para evitar ser preso e ter seus bens sequestrados.
Ele disse no acordo de delação que assinou que pagava R$ 350 mil por uma decisão favorável. Relatou que chegou a ter um veículo sequestrado pelos vendedores de sentença para garantir o pagamento.
OUTRO LADO
Procurado pela Folha, o advogado Pedro Luiz Aguirre Menin, tio do delegado e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo, não foi encontrado para comentar a prisão.
Familiares disseram à reportagem que o advogado estava viajando de volta para São Paulo para cuidar do caso do delegado.
Amigos e familiares afirmaram à Folha que os outros três presos podem ter usado o nome de Menin Junior para extorquir empresários.
comentários
Ver todos os comentários (18)JADER MATIAS
10/10/2017 23h02Paulo Marcelino
11/10/2017 11h23Paulo Marcelino
11/10/2017 11h16