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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Escutas da PF mostram conversas entre policial civil e Turnowski

Enviado em 25/02/2011 Escutas da PF mostram conversas entre policial civil e Turnowski Trinta policiais foram presos na Operação Guilhotina. Em uma ligação, ex-chefe de Polícia pede empenho para fazer apreensões. Após um ano de investigação da Polícia Federal, escutas telefônicas mostram que em vários momentos o inspetor da Polícia Civil Christiano Fernandes, preso pela PF na Operação Guilhotina, falou com o ex-chefe de polícia Allan Turnowski. Até agora trinta policiais foram presos na Operação Guilhotina. Em uma das ligações Christiano ligou para Turnowski para falar que prendeu traficantes e que eles confessaram que os chefes do tráfico ordenaram ações terroristas pela cidade. Allan Turnowski -- Vamos agir, vamos agir que é hora da gente provar nosso valor aí. Mostrar que o que a gente fez durante anos era o correto. E apesar de tentarem destruir o que a gente fez. Agora a gente está sendo colocado a prova aí. Tem muita coisa destruída, nossos canais de informação, nossos contatos, mas é hora de refazer. Senão a gente não segura isso não. Christiano Fernandes -- Deixa comigo. Numa outra ligação, Turnowski pede empenho de Christiano para fazer apreensões. Allan Turnowski -- Hoje é dia de apreensão, parceiro. Temos que pegar alguma coisa. Bota sua galera firme, eu sei que vocês não têm essa de sujar a mão então cai dentro. A gente precisa de apreensões hoje. Christiano Fernandes -- Deixa comigo, pô. Deixa comigo. Eu entro lá e arrebento. Allan Turnowski -- Cai pra dentro lá porque a gente precisa de arma, de droga, de vagabundo. Se não tiver vagabundo, arma e droga. A gente precisa disso hoje aí. Num terceiro telefonema, o ex-chefe de polícia liga para Christiano para saber a situação de um bandido preso. Nesta ligação, ele cita escutas da Polícia Federal. Allan Turnowski -- O secretário me ligou que caiu na escuta da Federal a prisão desse cara por um pessoal da 22ª DP. Por isso que eu estou te ligando. Entendeu? Christiano Fernandes -- Entendi. Está lá na 22ª DP. Tá lá trancado já. Allan Turnowski -- Então tá, então olha só: fica esperto aí porque nego na Federal está dizendo que caiu na escuta, que nego ia vender uma cabeça aí, não sei o que. Ainda bem que eu já tinha sido ouvido e já tinha falado com o secretário. Senão nego já tinha queimado vocês aí. Então fica esperto, vê se não tem ninguém mais agarrado. Vê isso certinho aí. Confere as suas equipes aí. Christiano Fernandes -- Não, não tem não. Sou eu que estou na rua, sou eu que estou rodando. Não tem não. A Polícia Federal indiciou Allan Turnowski por quebra de sigilo funcional baseado na gravação deste último diálogo. De acordo com o relatório da PF, Turnowski teria divulgado para Christiano Fernandes a existência da operação da Polícia Federal que visava reprimir crimes praticados por policiais estaduais. Segundo a polícia, Allan Turnowski está fora do país. Na semana passada, o ex-chefe de polícia negou que soubesse da operação da Polícia Federal e garantiu que é inocente. Ele alegou que ligou para Christiano a pedido do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para saber a situação de um preso. Beltrame já prestou depoimento na Polícia Federal e confirmou que falou com Turnowski, mas disse que em nenhum momento citou a Operação Guilhotina. Além de Allan Turnowski, a Polícia Federal indiciou também a delegada Márcia Becker, por prevaricação. No dia da Operação Guilhotina, o inspetor Christiano Fernandes ligou para ela para avisar sobre a operação. De acordo com a PF, Christiano pediu que a delegada dissesse que ele estava de férias. Ela teria concordado. Agora, com o relatório da PF entregue à Justiça, o Ministério Público tem até 15 dias para decidir se denuncia ou não os delegados Allan Turnowski e Márcia Becker. A operação No dia 11 de fevereiro, a PF iniciou no Rio uma megaoperação para prender policiais civis e militares suspeitos de ter ligação com traficantes, milícias e máfia dos caça-níqueis. v1.voluvia.com

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