Comandante do Batalhão de São Gonçalo vai
responder por corrupção e tráfico de drogas
Outros 12 PMs também são suspeitos de receber propina de traficantes
Do R7 | 19/12/2011 às 12h16 | Atualizado em: 19/12/2011 às 13h10
Paulo Alvadia / Agência O Dia
Comandante Djalma Beltrami saiu preso do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM)
O comandante do Batalhão de São Gonçalo (7º BPM), tenente-coronel Djalma Beltrami, e 12 policiais militares vão responder por corrupção e tráfico de drogas. Eles são suspeitos de facilitar o tráfico na comunidade da Coruja, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Veja imagens da operação
De acordo com o delegado Alan Luxardo, da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo), as investigações começaram há sete meses. Escutas telefônicas e imagens mostram que o esquema de corrupção começou após a chegada do comandante à unidade, há três meses.
O tenente-coronel, preso na manhã desta segunda-feira (19), prestou depoimento na DHNSG e negou receber propina para fazer “vista grossa” ao tráfico de drogas. Beltrami também disse desconhecer o envolvimento de qualquer um de seus oficiais no esquema.
De acordo com o delegado Alan Luxardo, da DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo), as investigações começaram há sete meses. Escutas telefônicas e imagens mostram que o esquema de corrupção começou após a chegada do comandante à unidade, há três meses.
O tenente-coronel, preso na manhã desta segunda-feira (19), prestou depoimento na DHNSG e negou receber propina para fazer “vista grossa” ao tráfico de drogas. Beltrami também disse desconhecer o envolvimento de qualquer um de seus oficiais no esquema.
A operação Dezembro Negro é uma ação conjunta da CGU (Corregedoria Geral Unificada), da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, e da Polícia Civil. A CGU é responsável por cumprir os 13 mandados de prisão contra policiais militares suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas.
A Polícia Civil tem como objetivo cumprir 11 mandados de prisão contra supostos traficantes na comunidade da Coruja. Há também nove mandados de busca e apreensão.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da Rede Record, o delegado afirmou que alguns policiais e quatro supostos traficantes foram presos. Um menor de idade também foi apreendido. Ele disse que a operação para prender PMs e traficantes não tem previsão para acabar.
- Às vezes é preciso cortar na própria carne, e prender policiais. Dói, mas é importante.
Também é procurado um cantor de pagode, cunhado do Gaguinho – criminoso que comanda o tráfico na favela da Coruja.
Segundo a Polícia Civil, cerca de cem agentes participam dos trabalhos com apoio de helicóptero e um blindado. Moradores relataram que houve tiroteio. Até as 13h10, a operação continuava e não havia balanço oficial.
Assista ao vídeo:
Histórico de corrupção no Batalhão de São Gonçalo O tenente-coronel Djalma Beltrami assumiu o batalhão de São Gonçalo depois da prisão do então comandante, o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, apontado nas investigações como o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros no dia 12 de agosto, em Niterói, região metropolitana do Rio. Cinco PMs que atuavam no Batalhão de São Gonçalo sob a tutela de Oliveira também foram presos, pois são acusados de forjar um auto de resistência para acobertar a morte, em junho, de Diego Belieni, 18 anos, morador do morro do Salgueiro, em São Gonçalo. Outros três policiais militares também foram presos por participação na morte da juíza e no assassinato do jovem do Salgueiro. O tenente Daniel Santos Benitez Lopes e os cabos Sérgio Costa Júnior e Jeferson de Araújo Miranda estão em unidades prisionais diferentes para evitar que combinem versão para depoimentos futuros. O juiz Peterson Barroso Simões decidiu decretar a prisão do tenente-coronel Oliveira após ouvir o depoimento de um dos dois cabos presos. O cabo, que estaria ameaçado de morte, resolveu contar tudo e participar de uma antecipação de prova, obtendo o direito à delação premiada (que inclui provável redução de pena). Ele teria dito que usou duas pistolas no crime da juíza. A perícia da Polícia Civil constatou que Patrícia foi assassinada com 21 tiros de pistolas 40 e 45 e de revólver 38. De acordo com a investigação, as munições usadas no crime foram desviadas do 7º BPM.
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