Que arrastaram Claudia Silva em viatura
Uma dona de casa de 35 anos afirma ter visto o momento em que dois policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) passavam próximo à casa de Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, e atiraram. Segundo a testemunha, os PMs passaram na frente dela e, ao ver a auxiliar de serviços gerais dobrando a esquina, deram entre quatro e seis tiros na direção dela. A testemunha prestou depoimento na 29ª DP (Madureira), na manhã desta sexta-feira relatando a sua versão dos fatos.
— Eu ouvi os tiros e entrei em casa para me abrigar. Esperei uns dez minutos até eles (os tiros) cessarem e voltei para a rua. Nisso, vi o corpo de Claudia caído no chão. Comecei a gritar por ela, mas ela não esboçava mais nenhuma reação.
De acordo com a dona de casa, os dois PMs voltaram até o corpo de Claudia e disseram que a mulher estava respirando. Ainda segundo a versão da testemunha, eles chamaram a viatura para socorrê-la:
— Eles insistiram para mim que ela estava viva. Eu falei que não estava.
Segundo a testemunha, a viatura entrou de frente na viela e o corpo de Claudia foi jogado na mala. Ainda de acordo com a dona de casa, o resgate demorou mais de 30 minutos, entre os tiros e a chegada do carro da PM.
Ela também desmente a versão dada em depoimento por um dos PMs na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) de que Claudia foi colocada no porta-malas porque não havia espaço para colocá-la no banco traseiro, já que as portas do veículo não poderiam ser abertas. Ela também garante que os PMs que efetuaram os disparos contra a auxiliar de serviços gerais foram os mesmos que a socorreram. Em depoimento, os policiais contaram que chamaram a viatura e Cláudia foi levada por outros três PMs.
— Um policial veio dirigindo e os outros dois que atiraram entraram na viatura - disse a dona de casa.
Para o advogado João Tancredo os depoimentos mudam os rumos da investigação:
— Os depoimentos só derrubam a farsa montada pelos policiais nesse dia e em todas as outras operações montadas em favelas do Rio de Janeiro.
Uma outra vizinha, que é costureira, também dará seu relato sobre o caso. Ela chegou até o corpo de Cláudia cerca de 15 minutos depois dela ter sido baleada.
Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/testemunha-contesta-versao-de-pms-que-arrastaram-claudia-silva-em-viatura-11944508.html#ixzz2wdMzxekm
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