Devem ser ouvidos hoje
Expectativa é de que o júri dos quatro seguranças do empresário termine na sexta-feira (10)
O júri popular dos quatro policiais militares acusados de participação na morte do empresário Paulo César Farias, conhecido como PC Farias, e da namorada dele, Suzana Marcolino, entra, nesta quinta-feira (9), no quarto dia. São esperados para hoje os interrogatórios dos réus, que faziam a segurança da vítima.
Antes de ouvir os acusados, prestarão esclarecimentos dois peritos que assinaram um laudo contraditório ao de Fortunato Badan Palhares, que afirmou que Suzana atirou em PC Farias e se matou. O legista Badan Palhares falou aos jurados na quarta-feira (8). Ele disse não ter dúvidas do documento que assinou.
— Como perito, o local do crime, define por si só que aquilo é um homicídio seguido de suicídio. Pelos anos de vida que tenho, dedicados a isso, eu tenho certeza absoluta de que ali houve um homicídio seguido de suicídio.
Outros membros da equipe dele também foram ouvidos, como o perito Nivaldo Gomes Cantuária — que produziu o primeiro laudo técnico apontando homicídio seguido de suicídio — e Anita Buarque de Gusmão — primeira a chegar no local.
Ainda na quarta-feira, Ana Luiza Marcolino, irmã de Suzana, foi interrogada. Ela afirmou que sua irmã jamais se mataria.
Os delegados Alcides Andrade e Antonio Carlos Lessa foram chamados ao júri para prestar um esclarecimento sobre o depoimento de Augusto Farias, irmão de PC. Augusto disse que teria recebido proposta dos delegados para que apenas os policiais fossem incriminados. Os delegados negaram. Lessa acrescentou que a família Farias fez essa proposta e ofereceu R$ 100 mil.
A previsão é de que o julgamento termine na sexta-feira (10). Após a fase do interrogatório dos réus, haverá os debates entre defesa e acusação. Em seguida, os sete jurados se reúnem em uma sala com o juiz e respondem sigilosamente algumas perguntas formuladas pelo magistrado.
O caso
PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos na manhã do dia 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, localizada no bairro de Guaxuma, litoral norte de Maceió. As circunstâncias do crime até hoje deixam dúvidas. Para a polícia alagoana, Suzana matou o namorado e depois cometeu suicídio. Esta é a mesma tese do advogado José Fragoso, responsável pela defesa dos quatro policiais levados a júri popular. A jornalista Ana Luíza Marcolino, irmã de Suzana, rebateu a tese de crime passional e falou em uma "força" para que o caso não seja esclarecido.
Collor
Paulo César Farias foi o tesoureiro de campanha do então candidato Fernando Collor à Presidência da República. Em novembro de 1993, PC Farias - que teve a prisão preventiva decretada por crime de sonegação fiscal -, foi preso na Tailândia, para onde fugira, e transferido para o Brasil. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos de prisão, o empresário acabaria cumprindo parte da pena no quartel do Corpo de Bombeiros de Maceió, até ganhar a liberdade condicional. O duplo assassinato ocorreria seis meses após o empresário sair da prisão.
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