Internacional
Em julgamento histórico, Ríos Montt se tornou o primeiro latino-americano a ser declarado culpado por esse tipo de crime. A defesa ainda pode recorrer
O ex-ditador da Guatemala, José Efraín Ríos Montt (EFE/Saúl Martínez)
O ex-ditador guatemalteco Efraín Ríos Montt, de 86 anos, foi declarado culpado de genocídio, nesta sexta-feira, em histórico julgamento, e se tornou o primeiro governante latino-americano e um dos poucos no mundo a ser condenado por esse tipo de crime. Ainda cabe recurso.
Ríos Montt foi condenado a 50 anos anos de prisão por genocídio e mais 30 anos por outros crimes contra a humanidade. "Os atos de José Efraín Ríos Montt se enquadram em genocídio na qualidade de autor, motivo pelo qual a pena correspondente deve ser imposta", anunciou a juíza Jazmín Barrios, ao ler o veredicto. Ela também determinou a revogação da prisão domiciliar do réu e seu ingresso em um presídio. No entanto, a defesa poderá voltar a pedir prisão domiciliar usando como argumento sua idade.
Durante o julgamento, o militar negou os fatos. "Eu me declaro inocente, nunca tive a intenção, o propósito de destruir nenhuma etnia nacional. Não sou genocida".
Massacre - Cerca de 200 mil pessoas, na maioria indígenas, foram assassinadas durante a guerra civil que se estendeu entre 1960 e 1996. O julgamento contra Ríos Montt se concentrou no massacre de pelo menos 1.771 índios da etnia ixil maia durante seu breve governo, de 1982 a 1983. Dezenas de índios que acompanhavam o julgamento no tribunal gritaram "Justiça, Justiça!", durante a leitura da sentença.
O genocídio é o crime mais grave reconhecido pelo Direito Internacional, mas, ainda assim, um dos mais difíceis de provar. O de Ruanda (1994), a matança de Srebrenica em 1995, durante a guerra da Iugoslávia, e as atrocidades do Khmer Vermelho no Camboja (1975-1979) se traduziram em julgamentos para alguns dos envolvidos, mas não em condenações às autoridades máximas desses países.
(Com agências Reuters e France-Presse)
Ríos Montt foi condenado a 50 anos anos de prisão por genocídio e mais 30 anos por outros crimes contra a humanidade. "Os atos de José Efraín Ríos Montt se enquadram em genocídio na qualidade de autor, motivo pelo qual a pena correspondente deve ser imposta", anunciou a juíza Jazmín Barrios, ao ler o veredicto. Ela também determinou a revogação da prisão domiciliar do réu e seu ingresso em um presídio. No entanto, a defesa poderá voltar a pedir prisão domiciliar usando como argumento sua idade.
Durante o julgamento, o militar negou os fatos. "Eu me declaro inocente, nunca tive a intenção, o propósito de destruir nenhuma etnia nacional. Não sou genocida".
Massacre - Cerca de 200 mil pessoas, na maioria indígenas, foram assassinadas durante a guerra civil que se estendeu entre 1960 e 1996. O julgamento contra Ríos Montt se concentrou no massacre de pelo menos 1.771 índios da etnia ixil maia durante seu breve governo, de 1982 a 1983. Dezenas de índios que acompanhavam o julgamento no tribunal gritaram "Justiça, Justiça!", durante a leitura da sentença.
O genocídio é o crime mais grave reconhecido pelo Direito Internacional, mas, ainda assim, um dos mais difíceis de provar. O de Ruanda (1994), a matança de Srebrenica em 1995, durante a guerra da Iugoslávia, e as atrocidades do Khmer Vermelho no Camboja (1975-1979) se traduziram em julgamentos para alguns dos envolvidos, mas não em condenações às autoridades máximas desses países.
(Com agências Reuters e France-Presse)
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