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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Vídeo com suposto abuso policial contra mãe e filha

22/03/2013 10:43 - Atualizado em 22/03/2013 10:43

Em BH, repercute nas mídias sociais...


Amanda Paixão - Hoje em Dia



Reprodução/Facebook
Vídeo com suposto abuso policial à mãe e filha, em BH, repercute nas redes socais
Motorista, que entrou em via proibida, foi algemada e colocada sobre o capô do veículo

Um vídeo que mostra mãe e filha sendo abordadas pela Polícia Militar após uma infração de trânsito na Estação José Cândido, região Nordeste de Belo Horizonte, está ganhando repercussão no Facebook e gerando revolta entre os internautas. As imagens são da motorista Caroline Salomão, de 22 anos, sendo algemada por um militar após trafegar em uma via onde não seria permitida a circulação de veículos. No entanto, o que chama a atenção é número de viaturas empenhadas, cerca de dez e nove motocicletas, num total de quase 30 policiais, para atender uma ocorrência de trânsito, além da forma como a universitária, que estuda na Fumec e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é conduzida até o carro da polícia.
Na descrição do vídeo, Caroline conta o que ocorreu no último dia 17 (domingo), episódio que ela descreveu como "o sofrimento de duas mulheres, vítimas de uma violência (...) insensatez, desrespeito, abuso de poder, agressão física e moral, humilhação".

A motorista explica que no dia estava indo levar a irmã à estação, acompanhada da mãe, a empresária Mardelle Souza Cruz Salomão, de 55 anos,  e, por falta de sinalização, teria entrado com o veículo em uma via proibida. Carolina afirma que, naquele momento, foi abordada por um militar, identificado como cabo Divino doNascimento, do Batalhão de Trânsito da PM (BPTran).

O policial, segundo ela, mandou que estacionasse o carro e saísse do mesmo. Ela teria obedecido e entregado os documentos. "Entreguei minha Carteira Nacional de Habilitação e tentei lhe falar que meu documento do veículo havia sido roubado em janeiro. se eu podia lhe passar o número do Boletim de Ocorrência ou, até mesmo, pedir para alguém da minha família trazê-lo. Ele simplesmente continuou me ignorando, andando em volta do carro (...). De súbito, ele entrou dentro do carro e retirou as chaves do veículo", desabafou em seu perfil na rede social.

Caroline conta ainda que estranhou a atitude do PM e pediu que ele devolvesse as chaves do carro. Em seguida, o cabo teria dado um chute nela e a jogado em cima do capô do veículo, torcendo o seu braço para trás, algemando depois. A mãe da motorista teria tentado proteger a filha e acabou sendo agredida no rosto, por um objeto semelhante a um rádio ou uma arma. A agressão teria lhe rendido oito pontos na testa, conforme a denúncia na Web.

 
Mardelle Salomão, atingida por um policial na testa - Frederico Haikal/Hoje em Dia
Mardelle Salomão, atingida na testa por um objeto que estava na mão do policial (Foto: Frederico Haikal/Hoje em Dia)
No desabafo pelo Facebook, a motorista afirma ainda que foi humilhada e teve os pertences jogados no chão, sem poder pedir auxílio para ninguém. "Ficamos 15 horas na delegacia sendo tratadas como marginais, sem dormir, sem alimento, sem agasalho, com dores, inchaços e hematomas. Somente às 14 horas do dia seguinte, este pesadelo acabou".
Até às 19 horas desta sexta-feira (22), o vídeo de 3'40'', postado na quinta-feira (21) já tinha mais 8.000 compartilhamentos. A intenção da motorista, segundo o descrição do material, é reunir imagens que comprovem o abuso policial. O email agressao.est.jose.candido@gmail também está sendo divulgado para reunir tais provas.

A Polícia Militar informou que a ocorrência foi atendida pelo Batalhão de Trânsito. À corporação o cabo Divino Nascimento teria alegado que foi agredido por uma das mulheres e por isso pediu reforço policial. Quanto à denúncia de agressão, ele teria relatado aos superiores que, na verdade, durante o atrito, o rádio-comunicador dele atingiu a empresária, que se feriu. Segundo o comandante da unidade, o tenente-coronel Roberto Lemos, um inquérito foi instaurado para esclarecer os fatos.

Lemos ressaltou que a corporação não compactua com nenhuma atividade ilegal dos seus integrantes, e se ficar comprovado que o militar não agiu de forma devida, certamente será punido e penalidade ficará a cargo da Justiça Militar.


Família indignada

Por telefone, a tia de Caroline, a psicopedagoga Fernanda Souza Cruz, disse estar revoltada com o caso e que medidas estão sendo tomadas. A família já procurou um advogado e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Além disso, a denúncia será repassada à Corregedoria da Polícia Militar. "Estamos totalmente traumatizados. Isso não pode ficar impune, foi uma barbaridade. Eu prefiro fazer parceria com bandido, porque com a polícia que nós temos não da pra contar. Qual é o papel da polícia? E onde está o Secretario de Defesa Social?", desabafou Cruz.

(Atualizado às 18h57)



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