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domingo, 4 de outubro de 2009

RACISMO POLICIAL - Dados





RACISMO POLICIAL - Dados
Por 3 de Fevereiro 10/04/2004 às 23:58

Dados e interpretações sobre o racismo na sociedade e na corporação policial brasileira baseado no Manifesto da FRENTE 3 DE FEVEREIRO.
Cartografia de afro-descendentes em São Paulo
Taxa de Homicídios em São Paulo
Cartografia de Mortes pela Polícia

3 DE FEVEREIRO

No dia 3 de fevereiro de 2004 o jovem negro Flávio Ferreira Sant'Ana foi morto por seis policiais militares na zona norte da cidade de São Paulo. Confundido com ladrão, Flávio foi assassinado com dois tiros. Os policiais forjaram a cena do crime, tentando encobrir o erro. Mais um caso que revela o racismo da corporação policial do Estado.

3 DE FEVEREIRO convoca a sociedade a pensar diante da urgência da nossa realidade, uma Frente que se organiza para trazer a tona o que a Justiça e a grande mídia tentam esquecer: o racismo à frente da cidadania.

FRENTE 3 DE FEVEREIRO
produção de material e conhecimento
contra o RACISMO POLICIAL


PESQUISA DE DADOS

1. "No dia três de fevereiro, Flávio Ferreira Sant?Ana foi brutalmente assassinado pela polícia do Estado de São Paulo. Este crime não só demonstra a violência policial, como explicita a perigosa relação que existe entre a abordagem policial e o viés racista incutido na definição de QUEM É OU NÃO SUSPEITO."

O índice de discriminação racial e o preconceito de cor por parte da polícia é maior do que dos seguintes quesitos institucionais: escola, trabalho, saúde e lazer. fonte: Fundação Perceu Abramo, 2003.

91% dos jovens negros do Estado de São Paulo já foram abordados pela Polícia. fonte: Datafolha, 2004.

A Polícia Militar de São Paulo matou, em 2003, 89 pessoas por atitude suspeita, (14% do total das mortes provocadas pela PMSP). fonte: Ouvidoria, 2003.

25% dizem ter mais medo da polícia do que dos bandidos. Revelam esse temor:

45% dos jovens negros
40% dos pardos
35% dos brancos

52% dizem ter mais medo dos bandidos do que da polícia. Revelam esse temor:

55% dos brancos
45% dos pardos
35% dos pretos
fonte: Folha de São Paulo, fevereiro de 2004.

2. "A ação discriminatória da Polícia decorre de um pensamento anterior, disseminado na formação socio-cultural do povo brasileiro que abrange desde a raiz etimológica da palavra negro até os efeitos discriminatórios que esse pensamento tem sobre o cotidiano da nossa sociedade."

Negra (Í) [Fem. de negro.] S. f. 1. Mulher de cor preta. 2. Escrava, cativa.

Negro (Í). [Do lat. nigru.] Adj. 1. De cor preta. 2. Diz-se dessa cor; preto... 3. Diz-se do indivíduo de raça negra; preto. 4. Preto. 5. Sujo, encardido, preto... 7. Muito triste; lúgubre... 8. Melancólico, funesto, lutuoso... 9. Maldito, sinistro... 10. Perverso, nefando... 11. Individuo de raça negra. 12. P. ext. Escravo. fonte: Dicionário Aurélio.

QUANTOS SE CONSIDERAM:
Brancos: 46%
Pretos: 11%
Pardos: 28%
Amarelos: 2%
Indígenas: 2%
fonte: Folha de São Paulo, fevereiro de 2004.

3. "A morte de Flávio demonstra a profunda cisão que existe entre os direitos individuais e a realidade cotidiana. Este caso mostra, de maneira clara, a real condição em que vivemos: no Brasil não existe a chamada ?democracia racial?, apenas se camuflam formas de discriminação racial."

Dos princípios fundamentais:
Art. 3o-
IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5o-
XLII- A prática do racísmo constitui crime inafiançável e imprescritível sujeito à pena de reclusão nos termos da lei. fonte: Constituição de 1988.

Perfil dos ingressantes na Universidade de São Paulo:
80,4% Brancos
67,8% Escolas Particulares
92% Acesso livre a internet
76,2% Não trabalha
69,6% Fez cursinho pré-vestibular
fonte: Pro-retoria de graduação da USP, Fuvest e Vunesp/2004.

Cursos com maiores proporções de negros e pardos:
40% História
39,6% Geografia
35,4% Matemática
34,4% Letras
32,2% Pedagogia

Cursos com menores proporções de negros e pardos:
11,2% Arquitetura
12,3% Odontologia
13% Veterinária
14,5% Engenharia Mecânica
14,6% Farmácia
fonte: Inep/MEC e Pnad 2002 IBGE.

"Nos quatro últimos anos, 91% das crianças que foram adotadas [no Rio de Janeiro] tinham até 4 anos e pele clara..."
fonte: Folha de São Paulo, março de 2004.


4. "O jovem negro é ?confinado?, na sua grande maioria, ao papel de algoz (policial) ou réu (bandido), daí a não aceitação de qualquer outro papel social que não esteja contido nestes dois parâmetros.
O Brasil cria um dos mais cruéis e eficientes mecanísmos de discriminação racial, já que tal sistema exclui qualquer possibilidade de questionamento da existência do racismo na sociedade brasileira.
Ao mesmo tempo em que a sociedade brasileira investe em programas para a diminuição da mortalidade infantil, uma grande parcela da camada produtiva é eliminada."

vide mapas:
Cartografia de afro-descendentes em São Paulo
Taxa de Homicídios em São Paulo
Cartografia de Mortes pela Polícia

49% das vítimas da Polícia Militar tem até 25 anos. fonte: ouvidoria, 2003.

25% das vítimas da Polícia Militar receberam pelo menos um tiro na cabeça. fonte: Ouvidoria, 2003.
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2004/04/277347.shtml
Comentários:
Apoio
Diego 11/04/2004 22:01

Sou branco mas tb dou mó apoio a luta contra o racismo policial, é claro que existem policiais bom, mas a verdade é que a grande maioria deles(pelo menos os que trabalham na periferia) são uns racistas que abusam do poder, matam neguinho na favela, e pegam dinheiro de traficantes para não prende-los, sendo assim tão filhos da putas quanto eles´.

exclarecimentos sobre racismo policial
Rubia MAra de Freitas 23/10/2007 20:34
rubinhamarinha@yahoo.com.br

Oi Pessoal,

Quero tentar exclarecer algumas coisas....

Quando falamos de racismo polial, não nos referimos diretamente àqueles que exercem a profissão de policial, mas ao sistema repressor do EStado que se manifesta neste.

Os capitãoes do mato, que perseguiam negros que buscavam sua liberdade através da fuga, foram incorporados as guarnições que tinham como objetivo manter a ordem daquela sociedade (branca e escravocrata)

O desenvolvimento do Brasil não conseguiu quebrar com a construção erronea do negro enquanto inimigo do estado e da policia como quem deve eliminar esse inimigo! A policia é racista independente de seus policiais serem ou não negros.ela é assim constituida, e com mais ou menos consciencia dos seus trabalhadores, é assim que ela age.

Isso não é um julgamento pessoal, mas a chamada para a discussão dessa realidade, e de trabalhar ativamente (fora das academias e escritorios partidaristas) como mudar isso! o programa de ações afirmativas vem com esse intuito, de romper com os pre-conceitos que envolvem o negro no brasil, mas não podemos esperar as proximas geraçoes. Deve existir um caminho de denuncia, e provavelmente muitomais que isso. o que não pode, é continuar assim.

vou encerrar com uma frase popularmente brasileira e racista, que expressa muito bem isso tudo:
"branco correndo é atleta, negro correndo é ladrão!"
a tematica por si só ja é tensa, e eu me proponho ao debate, a discussão qualificada visando elucidar a questao e resolver o problema!

Abraços,
INFLUENCIA HISTÓRICA
MOURA 24/02/2008 11:43
lcyber_cleilson@hotmail.com

Gostaria de salientar que a razão é muito importante e momentos como este. O sentimento que é algo indispensável ao ser humano infelizmente deve ser "deixado de lado" em um estudo cientifico.
Nosso País, Negro, tem um histórico precário, onde o forte foi a dissecação das raízes culturais e uma miscigenação de ideais e costumes. Sou Filho de Negro,embora de pele clara, tenho labios, cabelo, olhos e demais detalhes característicos oriundos com orgulho de meu pai. Mas não podemos esquecer que as regiões desfavorecidas, principalmente, financeiramente, são compostas em sua maioria por negros, não por sua culpa, mas por um "histórico mundial". Então vamos acabar com essa ideia de RACISMO, nos concentrar no que importa, no ser HUMANO, sem cor, mas com uma vida, que merece respeito,saúde, proteção policial, lazer e paz. DIGA NÃO A VIOLÊNCIA, seja ela NEGRA, AMARELA, BRANCA, VERMELHA, VERDE, ROSA, OU AZUL...

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