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domingo, 29 de outubro de 2017

Rota traz consigo quantidades de drogas para forjamento de flagrantes

Rota traz consigo quantidades de drogas para forjamento de flagrantes 42

18/07/2012-03h00

PMs são investigados por invasão ilegal de prédio residencial; veja vídeo

ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO JOSMAR JOZINO DO “AGORA”
Um grupo de PMs da Rota (grupo especial da PM paulista) foi flagrado por 12 câmeras de segurança de um edifício residencial no litoral paulista ao invadir o local durante a madrugada. A ação foi feita sem amparo legal.
A invasão ao edifício Giovana, na Vila Tupi, Praia Grande (71 km de SP), foi entre às 3h e 4h15 de 25 de abril. Durante a invasão, os PMs da Rota, com pistolas e metralhadoras, circularam pelo prédio, de nove andares, atrás de Wagner Rodrigo dos Santos, 33, ex-presidiário condenado por tráfico. O suspeito não estava em casa.
Hoje, o Ministério Público Estadual e a Corregedoria da PM investigam as irregularidades dos PMs da Rota (quatro à paisana e seriam do Serviço Reservado da Rota, e outros nove, fardados).
As imagens das câmeras de segurança do prédio, obtidas pela reportagem, foram enviadas ao promotor de Justiça do Guarujá, Bruno de Moura Campos, que as mandou para a Corregedoria da PM.
CRIME EM ANDAMENTO
Segundo o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex, se não havia nenhum crime em andamento durante aquela madrugada, os PMs da Rota não podiam invadir.
“O lar é inviolável. Se existia ordem de Justiça para entrar no prédio, os PMs da Rota tinham de cumpri-la entre 6h e 18h.”
O apartamento de Santos foi invadido pelos PMs, que não encontraram nada de ilegal no local. Apenas a mulher e o filho dele estavam lá.
Cerca de um mês depois, Santos e dois amigos foram presos pela Rota no Guarujá (a 86 km de SP). Eles foram acusados de tráfico pelos PMs, que disseram ter achado cinco quilos de maconha e cinco quilos de cocaína com o trio, além de uma arma.
Um funcionário do edifício Giovana, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que no edifício não há porteiro. Segundo ele, a Rota entrou no prédio ao lado e invadiu o local pulando o muro.
Ao ser preso, Santos foi ouvido pelo delegado Douglas Dias Torres, do Denarc (departamento de narcóticos), da Polícia Civil, e disse que os PMs que invadiram seu apartamento falaram à sua mulher que estavam lá para matá-lo e “intrujar [plantar] alguns quilos de droga nele”.
2009
Alguns dos PMs da Rota envolvidos nessa invasão são os mesmos que, em outubro de 2009, após prender quatro suspeitos de tráfico, foram flagrados por câmeras de um depósito de material de construção misturando cocaína em um tambor.
Após analisar as imagens do depósito, a Justiça soltou os quatro presos acusados de tráfico pelos PMs da Rota. O caso está na Justiça Militar.
OUTRO LADO
O Comando-Geral da PM foi procurado ontem pela reportagem, mas não quis comentar a operação dos policiais da Rota na madrugada do dia 25 de abril.
Em nota oficial, o Comando-Geral da PM informou: “Em razão da complexidade do pedido, a Polícia Militar está apurando as informações”. A reportagem solicitou entrevistas com o comandante-geral da PM, coronel Roberval Ferreira França, e com o chefe da Rota, tenente-coronel Salvador Modesto Madia, mas não obteve resposta.
A reportagem ainda fez 14 questionamentos sobre a operação da Rota, mas nenhum deles foi respondido pelo Setor de Comunicação Social da Polícia Militar.
A PM deixou de responder, por exemplo, se havia algum crime em andamento que justificasse a invasão do prédio; se a entrada dos PMs da Rota no edifício foi autorizada por alguém do local e se alguma autoridade de Polícia Civil, que tem competência legal para realizar investigações, foi comunicada da operação dos militares.
A promotora Renata Cristina de Oliveira, responsável pela acusação de tráfico de drogas contra Wagner Rodrigo dos Santos e seus dois amigos, foi procurada ontem e também não falou. Os três suspeitos estão presos.


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