Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Profissao Reporter Mortes por policiais militares teve aumento de 80% em um ano em SP Parte 02
Publicado em 24 de fev de 2015 Parte 02
Em 2014, 801 pessoas foram mortas por policiais militares no estado de SP. Dez PMs foram mortos em serviço na capital e Grande São Paulo em 2014. Salvador Cinco dias depois das mortes, movimentos negros de Salvador fizeram um protesto no bairro do Cabula, em Salvador, contra a polícia, que matou 12 jovens em uma favela. Eles tinham entre 17 e 25 anos. A secretaria da Segurança Pública chegou a dizer que dos 12 mortos, nove tinham antecedentes criminais. Depois corrigiu a informação dizendo que eram dois. “E a polícia invariavelmente irá justificar esses assassinatos. Ela diz que são bandidos com passagem pela polícia, como se justificasse, pessoas que têm passagem pela polícia serem mortas. Nós não temos pena capital aqui, mas parece que está instituída a pena capital”, declara Hamilton dos Santos, movimento Reaja ou Será Mortx. “Primeiro, uma ação policial que mata 12 pessoas é uma ação desastrosa. Neste caso, há vários indícios de que houve uma execução sumária”, diz Alexandre Ciconello, assistente da Anistia Internacional. A polícia diz que a perícia já foi feita, mas os moradores encontraram a cápsula de uma bala e as roupas dos jovens mortos. “Eles renderam os meninos, pegou um por um, trouxe pra cá e depois matou na frente da viatura e jogaram no mato e tiraram as roupas e trocaram de roupa”, conta um morador. No hospital, policiais fotografaram os corpos dos 12 jovens, os mortos aparecem vestidos com fardas do exército. Segundo a polícia é um indicio de que se tratava de um grupo criminoso, organizado e bem equipado. No depoimento, os nove PMs envolvidos nas mortes dizem que foram recebidos a tiros pelo grupo que planejava explodir um caixa eletrônico. Dias depois, Josiane teve acesso às imagens da perícia e levantou suspeitas sobre o caso ao ver uma faca na cena do crime. Nas fotos tiradas por Josiane, duas horas antes da chegada da polícia técnica não há faca na cena do crime. A persistência da repórter mudou o rumo das investigações. “As provas materiais, principalmente o local do crime, incluindo até a fotografia, as imagens apresentadas pela repórter, serviram pra gente requisitar novas perícias e confrontar a versão apresentada pelo policial militar. E esse conjunto probatório nos serviu de base pra entender que não houve a legítima defesa. Foi um caso de execução e procedemos o formal indiciamento por este crime”, explica Laercio Ceneviva Filho, delegado. O soldado Alexandre Mendes continua trabalhando normalmente na cidade de Rio Preto. Ele mora em uma casa que fica bem perto do local do crime. O Profissão Repórter tentou contato com ele em casa e no quartel onde ele trabalha. Guarda do Embaú – Santa Catarina Em julho do ano passado o sargento Swamy Welder Weigert participava de operação da força tática da PM em Embu das Artes, região metropolitana de SP. “Ele tomou um tiro no olho esquerdo e morreu na hora”, conta a viúva do sargento. Wagner de Souza Ribeiro foi a última vítima da Polícia Militar em 2014. O caso começou com a explosão de um caixa eletrônico do Banco do Brasil no réveillon. Depois do assalto, Wagner teria fugido por uma rua e entrado em uma casa. Três policiais foram presos depois que um dos PMs confessou ter executado um bandido desarmado. Antes da confissão do sargento Marcos Akira, o inquérito falava em ação de legitima defesa dos PMs. “O padrão do boletim de ocorrência, a descrição, são todas iguais, são todas idênticas. Quando existe a confissão de um policial, como houve do sargento Akira, aqueles outros boletins de ocorrência semelhantes ficam sob suspensão, com certeza”, declara Julio Cesar Neves, ouvidor da Polícia de São Paulo. O sargento confessou que os PMs deram tiros na parede e puseram uma arma na mão dele para forjar uma cena de tiroteio contra bandido. O caso de tiroteio forjado de maior repercussão, teve como vítima dois pichadores. Os parentes de Alex Dalla Vecchia Costa e Ailton dos Santos se envolveram na investigação para provar que eles não eram assaltante se que não estavam armados como disseram os policiais. Os PMs acusados foram afastados do patrulhamento e serão indiciados por duplo homicídio. Alex deixou cinco filhos e uma mulher grávida de oito meses. O secretário de Segurança Pública de São Paulo não quis gravar entrevista. Em nota, afirma que o aumento de número de pessoas mortas pela polícia é uma decorrência do crescimento de 52% no confronto com criminosos e que a redução das mortes é prioridade da secretaria.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário