SSP determinou que a Corregedoria avocasse o inquérito policial para evitar juízo de valor
Marjorie Basso
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Santa Catarina determinou que a Corregedoria Geral assuma o inquérito que apura a prisão de um policial civil por um militar em Balneário Camboriú. A decisão foi tomada nesta quarta-feira para que a investigação ocorra em território neutro.
As corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil atuarão junto da Corregedoria Geral da SSP para ouvir os envolvidos na confusão. O procedimento, contudo, ocorrerá paralelamente aos inquéritos administrativos que as corporações instauraram ou venham a instaurar.
A prisão ocorreu na madrugada de sábado. Um policial da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú foi preso por um policial militar enquanto participava de uma confraternização. A prisão ocorreu depois que o militar atirou contra o investigador, que não foi atingido.
O secretário de Segurança César Grubba determinou a avocação (quando o caso é destinado a uma instância superior) do inquérito para evitar juízo de valor e para levar a apuração para um ambiente neutro. A medida é necessária, conforme a SSP, para que os fatos sejam esclarecidos com o máximo de clareza e para que a situação seja solucionada.
— As instituições não se confrontam, as pessoas sim — disse o secretário ao lamentar profundamente o fato envolvendo os policiais.
Reunião
Grubba disse ainda que "roupa suja se lava em casa" e mencionou que os mais prejudicados com o fato são as instituições e a sociedade.
Durante a tarde desta quarta-feira o comandante da 3ª região da PM, tenente-coronel Atair Derner Filho, e a delegada regional Magali Ignácio estiveram reunidos para tratar da questão. Eles assinaram um protocolo para que os subordinados cumpram a legislação em situações como estas.
— A legislação diz que no caso da prisão de um policial um superior, militar ou civil, tem que ser acionado, o que não ocorreu — diz a delegada.
Polícias têm versões distintas
As versões são distintas, mas o fato é que o ocorrido causou mal-estar entre as corporações. Enquanto a Delegacia Regional considera a medida arbitrária e o delegado responsável pela DIC promete acionar o Estado e a Polícia Militar judicialmente, o comandante da PM na região ainda toma conhecimento dos fatos.
O comandante do Batalhão da PM de Balneário Camboriú, tenente-coronel Marcello Martinez Hipólito, disse que a guarnição empenhada na ocorrência não sabia que se tratava de uma confraternização de policiais. A PM tinha recebido informações de que um homem de arma em punho andava pelas ruas centrais de Balneário Camboriú.
— O policial (militar) disparou amparado na legítima defesa iminente, que é quando existe risco iminente de que o outro dispare — disse.
De acordo com o que foi informado até agora ao coronel o disparo teria ocorrido na rua. Por outro lado o delegado titular da DIC, Osnei de Oliveira, informou que o incidente ocorreu em um local privado onde era feita a confraternização dos policiais. Depois um investigador foi algemado e levado preso.
Entenda o caso
A ocorrência foi por volta das 4h30 do último sábado. Os policiais da DIC participavam de uma festa na Avenida Alvim Bauer e naquele momento restavam somente quatro pessoas no local, anexo a uma loja.
Um dos policiais militares disparou contra um investigador da DIC e o prendeu. O caso foi registrado na delegacia da comarca, onde até a decisão de avocação da SSP ocorria a investigação.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
SEGURANÇA 18/12/2013 | 09h40
O mal-entendido gerou tensão entre as polícias no fim de semana
Nenhum comentário:
Postar um comentário