Profissão Repórter denuncia 'extermínio em massa' das Polícias Militares contra civis no Brasil!
Exibido todas as terças feiras [após Big Brother], o programa Profissão Repórter, apresentado e editado por Caco Barcelos, mostrou o aumento explosivo nas execuções sumárias de civis no Brasil -praticadas pelas Polícias Militares do Brasil.
Apenas em São Paulo, ano passado, foram 801 pessoas brutalmente assassinadas pela violenta Polícia Militar de São Paulo, em execuções extrajudiciais.
Sendo que a maioria dos policiais militares acusados dos massacres de civis, continua na impunidade, mostrou Caco Barcelos e o Profissão Repórter, em edição especial do programa noturno da Rede Globo.
Maioria dos policiais militares autores das 801 mortes violentas, estão praticamente absolvidos pelos famigerados autos de resistência seguidos de morte e pelo Kit-Flagrante: arma de numeração raspada e papelotes de cocaína colocados ao lado vítima para justificar execuções sumárias.
Pois os inquéritos policiais, feitos a partir dos Autos de Resistência e do Kit Flagrante, praticamente absolvem os policiais assassinos.
Por uma questão, ainda: maioria das vítimas são jovens negros das periferias das grandes cidades, como provou o Profissão Repórter.
Um dos casos mais bárbaros mostardos por Caco Barcelos e sua equipe de repórteres, foram as execuções sumárias de dois pichadores. O próprio Sargento Akira, que tinha alegado legítima defesa e reação dos mortos, voltou atrás e disse que os assassinados não reagiram. Foram mortos à queima roupa.
Mas o caso mais cruel e sanguinário da extrema violência das PM contra civis brasileiros, foi em Salvador. Em pleno governo Rui Costa, que é do PT, 13 jovens negros foram brutalmente assassinados no Bairro da Cabula, periferia de Salvador. Mortos por esquadrão da morte do Rondesp -grupo especializado da violenta Polícia Militar da Bahia.
Nem na época da escravidão na Bahia, houve um massacre de 13 pessoas por uma tropa militar do Estado. Maior massacre da história da Bahia.
Em Santa Catarina, mostrando o corporativismo da tropa militar, a repórter e o cinegrafista do Profissão Repórter, que foram à casa do policial que matou o surfista Ricadinho, pelas costas, foi cercada por viaturas da PMSC, que, não fosse a câmera ligada, teriam sido presos por um oficial da PM daquele estado.
Num jornalismo imparcial, Caco Barcelos também mostrou, no Profissão Repórter, policiais mortos nos confrontos com os margins, que chegaram a 10 vítimas fatais. 50 vezes menos do que os civis mortos na política de extermínio militarizada.
Não foi surpresa o Profissão Repórter ser pautado pelas execuções de civis por policiais militares, protegidos pelo corporativismo e pela impunidade. Caco Barcelos, jornalista conceituado do jornalismo investigativo, sempre pautou sua vida de profissional de imprensa, em denunciar crimes violentos cometidos pela tropa militar. Durante e após a ditadura.
Caco foi autor de Rota 66, livro em que denunciou as mortes violentas produzidas pela extremista Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, vulgo Rota, durante os anos de chumbo do totalitário regime de exceção e da ditadura militar.
Rota 66 que produziu contra Caco uma feroz perseguição por parte da ROTA e de outros organismos militares de São Paulo e do Brasil, levando que ele se exilasse do Brasil por vários anos, para não ser assassinado.
Não sei se, por causa da matéria polêmicas sobre as mortes das Polícias Militares, exibida no Profissão Repórter, Caco entre novamente na lista negra dos marcados para morrer das PMS, mesmo que estejamos numa democracia representativa.
Mas Caco não tem medo de nada.
Profissão, Caco, é: Repórter da Cidadania e da Justiça!.
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Autor do artigo: Professor Tim é cientista político, sociólogo e Coordenador Geral do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Nova Russas.
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