o policiais suspeitos de tortura em delegacia são presos
RIO - Quatro dos cinco policiais envolvidos no suposto caso de tortura de um homem na 10ª DP (Botafogo), no fim de março, foram presos na manhã desta quarta-feira, segundo informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil. Eles estão na corregedoria da instituição aguardando para serem encaminhados para o presídio Bangu 8.
Três homens do grupo foram detidos em casa, durante o cumprimento de mandados de prisão decretados pelo juiz Luciano Silva Barreto, da 9ª Vara Criminal da Capital. Em entrevista ao site G1, o corregedor da Polícia Civil, Gilson Emiliano, disse que um quarto policial se entregou espontaneamente. Já o inspetor Antônio Carlos Nogueira Moraes Cardoso, ex-chefe da seção de investigação da delegacia, está foragido.
Os policiais Jorge Alessandro Xavier Pereira, Rodrigo Soares de Assis Mariz, Thiago Santos Castro Del Rio, Antônio Carlos e Marcelo Xavier da Silva foram reconhecidos pela vítima, que teme represálias do grupo. Eles tiveram as prisões temporárias pedidas pelos promotores Homero das Neves, Márcio Nobre e Alexandre Murilo da Graça.
Na última sexta-feira, os policiais foram afastados pela chefe de Polícia Civil, Martha Rocha. Eles foram transferidos para a Seção de Pessoal em Situações Diversas.
No texto do pedido de prisão temporária, os promotores afirmam que os indiciados "são perigosos e suas condutas são altamente reprováveis, afetando a própria estrutura social e a tranquilidade da comunidade local, até por serem agentes do Estado com o poder/dever de proteger a população".
Os cinco policiais foram acusados de tortura por um homem que teria sido obrigado a fazer o reconhecimento de dois supostos ladrões de carro envolvidos numa máfia de desmanche de veículos na Região dos Lagos. O crime teria sido cometido no último dia 24, numa das salas da delegacia de Botafogo, onde, segundo o homem, ele teria ficado nu e sido torturado com alicate. A vítima disse, na Corregedoria da Polícia Civil, que os torturadores usaram alicates para feri-lo.
Segundo o corregedor, a vítima foi levada a exame de corpo de delito, que confirmou os ferimentos. Já no exame feito no alicate encontrado na delegacia, foram detectados vestígios de tecido humano.
Além do afastamento dos policiais, na sexta-feira, a chefe de Polícia Civil determinou também o afastamento do titular da delegacia, o delegado José Alberto Pires Lage, entendendo que houve falha de gestão. Para seu lugar, Martha Rocha indicou o delegado Rodrigo Oliveira. Lage foi para a Delegacia Supervisora de Dia.
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