O vídeo acima exibe dois minutos e cinco segundos de desrespeito à dignidade de um ser humano. Policiais Civis e militares agridem um jovem por causa de uma tatuagem. Ele trazia um palhaço desenhado nas costas. Apanhou no rosto. Durante a sessão de tapas, o torturado foi obrigado pelos torturadores a repetir expressões autoofensivas. O jovem chora e pede perdão. Os policiais riem.
A identidade da vítima é desconhecida. A certa altura, chamou um dos agressores pelo apelido: “Maninho”. Foi repreendido com mais um tapa. Pediu desculpas. “Ô doutor, por favor, pelo amor de Deus. Vou apagar essa tatuagem”, disse noutro trecho.
Seguindo ordens de um dos policiais, o jovem se dirige a um apresentador da TV Alagoas: Sikêra Júnior, do programa ‘Plantão de Polícia’. “Sikêra, eu tô arrependido desta tatuagem. Vou pedir perdão na TV Alagoas. Isso é coisa de Zé Ruela”, ele diz, recitando as palavras ditadas pelo agressor.
As imagens circularam em aparelhos de celular, por meio do WhatsApp. Não se sabe quando e em que local a sessão de tortura ocorreu. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Alagoas informou que investigará o caso. A cena, por inqualificável, é muito fácil de qualificar. Trata-se de uma cena bem brasileira.
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Ienor Otsugua Etraud
3 anos atrás"No Brasil como no mundo, há anos poderia dizer que desde sempre todo cidadão primariamente informado sabe que a polícia usa métodos violentos para intimidar ou interrogar ladrões e assassinos. Mas, por comodismo e pelo individualismo desumanizador característico de nossa época, esses métodos jamais foram combatidos eficientemente. São considerados parte de nossa vida social, uma parte excusa é verdade, mas irremovível, como a pederastia ou a prostituição. A insensibilidade que criamos passou a considerar a brutalidade policial como uma parte suja, mas indispensável, do sistema de garantias coletivas. Só quando ultrapassa certos limites da racionalidade é que algumas vozes se levantam para condená-la (...) provocam artigos de protesto na imprensa até que, fuzilados os bandidos mais notórios, tanto o tiroteio como o protesto adormecem.(Tortura e Torturados-Márcio Moreira Alves).MCP PARQUE AGUA FRIA
3 anos atrásNão é atoa que Alagoas é o Estado mais violento do Brasil, o impressionante é encontrar animais que justificam e apoiam a tortura... Vcs são da idade média...Alvaresto Tomir
3 anos atrásUma crítica geral que se fizesse aos governos "petistas", certamente todos assinariam em baixo, situação e oposição: não foram capazes de acabar com os interrogatórios sob torturas, nem quanto aos "desaparecimentos"(caso Amarildo).Obs: e o mais contraditórios foi terem organizado Comissões da Verdade, dos Direitos disto e daquilo dos tempos passados já há mais de vinte anos. Até que se fizesse caso também estivessem interessados em FAZER JUSTIÇA PUNINDO, mas que também não permitissem que tais atos configurados crimes contra a humanidades continuassem AINDA HOJE, à sombra das instituições atuais teoricamente sob o manto da Democracia e do Estado de Direito.Natal Maceio
3 anos atrásÉ ESSES PESSOAS O MILHA MAS NÃO QUERER SER O MILHADOmarcelo paiva
3 anos atrásAugusto Nardes divulgou uma nota aconselhando ao Senado “a observância dos requisitos constitucionais previstos para a posse de qualquer cidadão que venha a ser membro da corte”. Um dos requisitos é “reputação ilibada”. Em conversas reservadas com parlamentares governistas, Nardes avisou que o TCU “não podia aceitar um condenado”. Também revelou que, caso a afronta se consumasse, não daria posse a Gim Argello. O ultraje ao Tribunal de Contas da União morreu sem ter nascido. O gesto de Nardes – endossado por todos os ministros do TCU – demonstrou que o país em aparente decomposição pode recuperar a saúde se os brasileiros decentes reaprenderem a dizer não. A pesquisa do Ibope prova que Lula teve uma péssima ideia. Ao ordenar que a turma fosse para cima, colocou Dilma para baixo...
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