Médica que agrediu PMs diz ter sido atacada em viatura: 'Me asfixiaram'
Roberta Isepon afirma que policiais colocaram um plástico em sua cabeça. Apreensão aconteceu após confusão em uma festa em Guarujá, SP.
31/10/2014 07h19 - Atualizado em 31/10/2014 07h19
A médica suspeita de desacatar e agredir policiais militares em Guarujá, no litoral de São Paulo, afirma que foi atacada pelos PMs antes de chegar ao Distrito Policial. Roberta Bento da Silva Isepon afirma que os agentes teriam colocado um saco plástico em sua cabeça e tentado asfixiar a mesma durante dez minutos, após ela ter sido colocada dentro do carro da polícia. Policiais envolvidos na ação negam ter batido na médica.
O casal de médicos foi detido na madrugada desta segunda-feira (27) após terem agredido fisicamente um policial militar e terem xingado moradores de um condomínio em Guarujá. A confusão começou durante um churrasco promovido pelos suspeitos em uma área de convivência de um prédio, localizado no bairro Jardim Tejereba, na noite de domingo (26). Vizinhos e moradores do condomínio pediram silêncio a eles, já que todos estariam gritando e falando muito alto. Policiais Militares foram acionados e apreenderam ambos após terem sido agredidos.
Policial ficou com arranhões no pescoço (Foto: G1)
Roberta se defende das suspeitas, afirmando que o som da festa estava baixo e que eles teriam atendido aos pedidos dos outros moradores do prédio. "O som estava baixinho, mas de repente tinha mais de 40 moradores no local. O policial chegou em menos de dois minutos e já veio agredindo a gente", diz.
Ela diz que não agrediu os policiais, mas que teria apenas lutado para que eles retirassem as algemas colocadas nela. "Eu não batia, eu relutava porque não sou bandida, eu não fiz nada, só tentei tirar as algemas".
De acordo com a médica, um pouco antes dela chegar ao DP junto com seu irmão, os policiais teriam parado o carro e agredido a suspeita. "Uns três metros antes de chegar no DP eles tiraram o meu irmão do carro, fecharam a porta do camburão e falaram 'agora você vai apanhar e vai apanhar quieta'. Colocaram um saco plástico, me asfixiaram por mais de dez minutos e eu fui espancada", conta.
Médica diz ter sido agredida por policiais militares em Guarujá (Foto: Reprodução / TV Tribuna)
Um dos policiais que atendeu a ocorrência afirma que a suspeita xingou toda a corporação. "A médica, muito agressiva verbalmente, começou a dizer palavras que nem dá para citar de tão horríveis que são. Relevamos essa parte porque queríamos resolver o problema do pessoal do condomínio, por haver crianças, idosos e o pessoal que ia trabalhar de manhã", diz Rodrigo Guesse dos Santos.
Médica mostra marcas que teriam sido causadas
pelos policiais (Foto: Reprodução / TV Tribuna)
pelos policiais (Foto: Reprodução / TV Tribuna)
O Policial Militar João Carvalho Batista, que algemou Roberta, conta que ela tentou agredi-lo no rosto antes de ser retirada do condomínio. "No momento em que foi dada a voz de prisão, a mesma veio com agressões físicas também e, no momento de tentar contê-la, a mesma desferiu arranhões no meu braço e tentou bater no meu rosto", afirma.
O advogado responsável pela defesa da médica, Ricardo de Souza, afirma que pedirá para que seja apurado um possível crime de tortura. "Vamos procurar os órgãos internacionais de proteção e dignidade à pessoa humana, vamos procurar o Ministério Público, vamos pedir nesses orgãos para que seja apurada a brutalidade policial e apurar até mesmo um possível crime de tortura porque houve excessos de ambas as partes", diz.
O Capitão da Polícia Militar, Marcos Rovina Capovilla, afirma que os policiais procederam da maneira correta e ressalta que os suspeitos haviam ingerido bebida alcoólica. "A Polícia Militar considera a ação dos policiais legítima dentro do ponto de vista legal e dentro dos parâmetros que ela coloca para atendimento desse tipo de ocorrência. Os policiais, ao chegarem na ocorrência, foram agredidos pelo casal que se encontrava embrigado. Foram agredidos primeiro verbalmente e depois fisicamente", conclui.
Médicos faziam churrasco em área do prédio (Foto: G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário