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MILITARES ACUSADOS DE CRIME HEDIONDO NO RIO VOLTAM PARA A CADEIA
Um tenente e um sargento do Exército foram acusados, em 2008, de envolvimento na morte de três jovens do Morro da Providência; eles teriam entregado o grupo à facção rival
6 DE SETEMBRO DE 2011 ÀS 12:04
Fernando Porfírio_247 – A Justiça Federal no Rio de Janeiro deu marcha ré e mandou de volta para a cadeia um tenente e um sargento do Exército. Eles são acusados de envolvimento na morte de três jovens moradores do Morro da Providência, na zona portuária do Rio. Os militares são acusados de entregar um grupo de jovens moradores do morro para uma facção rival.
O Exército estava no morro para supostamente proteger obras sociais de construção de moradias tocadas pelo senador Marcelo Crivella, então pré-candidato à prefeitura do Rio. Na época do crime, o então presidente Luiz Inácio Lula da silva classificou o episódio como “abominável”.
Os militares estavam presos até 24 de agosto, quando por decisão da justiça ganharam liberdade. Os crimes aconteceram em 2008, quando os jovens foram entregues pelos militares a traficantes do Morro da Mineira, ligados à ADA (Amigos dos Amigos) facção rival do Comando Vermelho, que controlava o Morro da Providência. Na época, o Exército atuava no Morro da Providência fazendo a segurança das obras do Projeto Cimento Social, do governo federal e tiveram a prisão temporária decretada no dia seguinte ao crime.
De acordo com laudo do IML (Instituto Médico Legal), os rapazes foram torturados e mortos com 46 tiros. Wellington Gonzaga Ferreira, 19, foi morto com 26 disparos de fuzis e pistolas. David Wilson da Silva, 24, seu companheiro na volta de um baile funk, foi baleado 18 vezes. A terceira vítima, Marcos Paulo Campos, 17, levou dois tiros ao tentar fugir. Os corpos foram encontrados num lixão em Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
A determinação de mandar prender novamente os militares foi do desembargador federal Abel Gomes, do TRF2. A decisão atinge o tenente Vinícius Ghidetti – apontado como o mandante da entrega dos jovens aos traficantes – e o sargento Leandro Bueno. Outros dois soldados são acusados pelo Ministério Público Federal de envolvimento no caso.
Na decisão, o desembargador lembrou que o delito enquadra-se na chamada lei dos crimes hediondos. De acordo com Abel Gomes a decisão que mandou soltar os acusados não cabe em caos que tangencia a violação de direitos humanos.
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