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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016


Edição do dia 25/05/2010
25/05/2010 20h49 - Atualizado em 25/05/2010 20h49

Mãe de morto por traficantes fica surpresa com absolvição de militares

Nove dos 11 militares foram absolvidos por juiz; dois vão a júri popular.
Militares são acusados de entregar três jovens de favela a traficantes.

Do RJTV
A notícia da absolvição e liberação de nove, dos onze militares do Exército acusados de entregar jovens do Morro da Providência a traficantes de uma facção rival ao morro onde moravam, surpreendeu a mãe de uma das vítimas. Lilian Gonzaga da Costa ainda mora no local onde o filho foi morto.
Em julho de 2008, Wellington Gonzaga da Costa Ferreira, David Wilson Florenço da Silva e Marcos Paulo Rodrigues Campos foram assassinados por traficantes do Morro da Mineira, depois de serem entregues por militares que na época ocupavam o Morro da Providência.
Segundo o juiz, os nove militares eram subordinados e apenas cumpriam ordens. “Eu achei que eles (os militares) estavam juntos. Por que no dia eles não ligaram para o quartel, não chamaram alguém? Deixaram aqueles garotos na Mineira e viraram as costas”, disse Lilian.
Os onze militares, que participavam de uma missão no Morro da Providência, foram acusados de entregar os três rapazes a traficantes do Morro da Providência. Os jovens foram torturados e mortos.Dois deles vão a júri popular.
Na acusação, o Ministério Público Federal pede que todos os militares sejam levados a júri popular pelo homicídio dos três rapazes.
Os promotores dizem que “os denunciados, com intenção de matar, entregaram as vítimas aos traficantes de forma consciente e voluntária”. E que fizeram isso “por motivo torpe, já que procuravam se vingar de um suposto desacato das vítimas”.
Mas pela decisão do juiz Erick Navarro Wolkart, apenas o tenente Vinicius Ghidetti e o sargento Leandro Bueno, que comandavam o grupamento, serão levados a julgamento por homicídios triplamente qualificados.
Segundo o juiz, a ação foi “dolosa dos denunciados com a entrega das vítimas a traficantes que resultou em três homicídios”.
O tenente Vinicius e o sargento Leandro estão presos em uma guarnição do Exército, onde vão aguardar o julgamento aqui na Justiça Federal. Eles são agora considerados réus, e como a acusação é de homicídio serão levados a julgamento em júri popular, que por enquanto não tem data marcada.

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