(Fotos: Reprodução/Facebook)
Exame de impressão digital confirmou hoje que o corpo encontrado na BR-376 é da jovem
Por Marina Sequinel e Flávia Barros em 02 de agosto, 2018 as 20h16.
As investigações da Polícia Civil indicam que a jovem Renata Larissa dos Santos, de 22 anos, foi estuprada e morta pelo policial militar Peterson Mota Cordeiro, 30. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (2), a delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia da Mulher, afirmou que vídeos encontrados na casa do acusado mostram o momento em que a vítima foi violentada.
Essas imagens levaram os policiais a identificarem Renata Larissa como a jovem que havia desaparecido no dia 27 de maio em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. “Esse homem já estava preso em decorrência de outras investigações de estupros ocorridos na capital. Nós cumprimos um mandado de busca e apreensão na residência dele e encontramos equipamentos eletrônicos com filmagens e fotografias dos crimes”, explicou a delegada.
De acordo com ela, em alguns casos, ele obrigava as vítimas a falarem o nome e a idade. Por isso, a polícia tinha ciência de que havia uma mulher chamada Larissa, de 22 anos, que sofreu violência sexual por parte do policial. “Nós focamos nos sinais particulares dela, que no caso eram as tatuagens, e verificamos também a situação do desaparecimento. A partir daí, realizamos o mapeamento dos casos e descobrimos que a maioria acontecia na região do zoológico de Curitiba, que o suspeito conhecia bem”, completou a delegada.
Quando a família falou, durante as investigações, que o último sinal de celular de Renata foi na região da BR-376, a polícia ligou as informações e encontrou o corpo da jovem. “Por meio de tudo o que apuramos, podemos confirmar que ele a estuprou na região do zoológico e a matou, abandonando o corpo na estrada. Acreditamos que a intenção não era matá-la, já que ele deixou as outras vítimas voltarem para casa. Pode ser que ela tenha oferecido alguma reação e ele se desesperou ou foi por causa da frieza mesmo, para ocultar o primeiro crime”.
A última imagem gravada pelo policial mostra Larissa nua, fora do carro, algemada e com as mãos para trás. Nesse momento, ela teria sido executada. Exames não conseguiram apurar, no entanto, qual foi a causa da morte.
Segundo a delegada, uma semana após o assassinato, Peterson se encontrou com outra mulher, também no intuito de violentá-la, e ela relatou aos policiais que ele estava bastante nervoso na ocasião e ameaçou matá-la. Por algum motivo, ele a poupou.
Histórico
A delegada contou que a primeira denúncia contra o policial é de outubro do ano passado, de uma mulher que já era conhecida dele. “Na época, ele negou o crime, mas mesmo assim, foi indiciado. O segundo aconteceu este ano e a vítima foi atraída por meio das redes sociais. Pelo que notamos até agora, o suspeito é uma pessoa fria. Ele alega que houve relação sexual consentida entre ele e as vítimas, mas em um tipo de dominação. Na cabeça dele, isso não configura estupro. Mas na verdade é. Se as mulheres negavam os fetiches dele, ele se tornava ainda mais violento”, comentou a delegada.
Os crimes aconteciam sempre dentro ou próximo ao carro do policial. Até agora, outras seis mulheres procuraram a delegacia para denunciar Peterson por estupro.
Ele já foi indiciado em dois desses casos e, no crime contra Larissa, deve responder por estupro e feminicídio, que é o crime motivado pela misoginia, o ódio contra a mulher. O PM continua preso temporariamente, mas deve ter a prisão convertida para preventiva.
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