Rian Rogério dos Santos morreu após ser agredido com cassetete por PM que fazia ronda em escola em Carapicuíba (SP). Testemunhas denunciam agressão sem justificativa
Jornal GGN – “Os discursos políticos pró violência policial e as condecorações de policiais que matam, realizadas pelo governador João Dória e pelo presidente Jair Bolsonaro, ajudam a alavancar as mortes de inocentes e a violência policial”, afirmou o advogado membro do Grupo Tortura Nunca Mais e conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo (Condepe), Ariel de Castro Alves.
A fala do advogado ocorre um dia após as denúncias por parte de testemunhas sobre a morte do jovem Rian Rogério dos Santos, após a agressão cometida por um policial militar, em Carapicuíba, na grande São Paulo. De acordo com os depoimentos, Rian transitava em moto em frente à Escola Estadual Professor Natalino Fidêncio quando foi golpeado por um policial militar e, após a agressão, perdeu o controle da moto, acidentando-se e falecendo.
O jovem de 18 anos morreu próximo da escola aonde já havia estudado e queria retomar os estudos para concluir o 3º ano do ensino médio. De acordo com reportagem da Ponte Jornalismo, testemunhas locais afirmaram que Rian dirigia a moto em baixa velocidade e um PM desceu da viatura de ronda escolar e deu um golpe de cassetete em sua cabeça. Desnorteado com a agressão, perdeu o controle da direção e bateu contra um carro e um muro, morrendo antes da chegada do socorro.
Para justificar a morte, os policiais militares Bruno Luiz de Carvalho e Felipe de Oliveira disseram ao delegado do 1º DP (Distrito Policial) de Carapicuíba, que chegaram ao local e não viram “sinal de capacete de segurança, o que teria ocasionado a morte. Entretanto, além de testemunhas locais que afirmaram terem visto Rian com o equipamento, imagens de um video de segurança mostram o jovem com o capacete.
Os policiais que agrediram Rian foram Alexandre e Cássio, na viatura M33100 da 1ª cia do 33º BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano), que fazia a ronda na escola. Á reportagem da Ponte, o sargento não informou os dados completos dos PMs envolvidos na morte.
“Ele [Rian] estava de moto, com capacete, normal. Não acelerou, não empinou. O PM saiu da vaga do motorista, abriu a porta e o esperou chegar perto, estendeu a mão e soltou o cassetete. Levantou o capacete dele”, relatou uma testemunha, à reportagem da Ponte. Os pais do jovem também prestaram depoimento à Ouvidoria das Polícias de São Paulo nesta segunda-feira (27).
“Rian Rogerio dos Santos tristemente virou mais um número nesta estatística terrível de assassinatos cometidos por quem deveria proteger a sociedade”, disse o advogado integrante do Grupo Tortura Nunca Mais, Ariel de Castro Alves.
“No 1º Trimestre de 2018, foram 197 mortes atribuídas a policiais em São Paulo. Esse ano foram 213 mortes no mesmo período, conforme as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública”, afirmou. Ainda segundo o advogado, dados da Ouvidoria de Polícia mostram que somente em abril deste ano, já ocorreram 75 mortes em ações de policiais militares.
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