Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Policial se mata e abre debate sobre depressão entre militares: Uma morte por semana

“Foram 9 anos na Polícia Militar e eu vos digo, caros amigos: cuidem-se! A polícia é super estressante e, como no meu caso, pode ser fatal”. Este é um trecho de uma carta de despedida do policial militar Francisco Barroso, de 28 anos, que tirou a própria vida nesse domingo (18), em Belo Horizonte. O corpo do soldado foi enterrado na tarde desta segunda-feira (19), no Cemitério da Saudade, na região Leste da capital.
De acordo com a Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), somente este ano, foram 31 mortes de profissionais da área de segurança por autoextermínio no estado.
Na carta, o soldado Barroso pede “perdão às pessoas que ficam”. Ele ainda reforça que “ninguém tem culpa de nada”, que é uma decisão estritamente pessoal. O policial termina o texto pedindo para que os familiares doem seus órgãos, para que “ajudem quem realmente precisa”.
Augusto Nascimento
há cerca de 9 meses
Vai deixar saudades nosso irmão😢😢
Vítima de uma doença que vai matar mais que o câncer no futuro(Depressão).
Que a misericordia de Deus nos conceda "sensibilidade" no dia a dia em nossos relacionamentos interpessoais. Temos que acalmar nosso coração e diminuir essa correria estressante😞
Precisamos ser um ombro amigo, ouvintes, luz através de Cristo para clarear as escuridões das almas e quando falarmos que nossas palavras sejam para deixar marcas eternas de Cristo na vida do outro!!!
Se formos assim, podemos ficar em paz se o nosso encontro com o outro for o ultimo😔
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e estádio
A imagem pode conter: 1 pessoa, selfie, texto que diz "Luto Francisco c Barroso"
Em contato com alguns militares, um deles foi enfático. “Para falar a verdade, a PM não está nem aí para os suicídios, tão pouco para as causas. Até tem uns profissionais da área de saúde que ministram palestras, mas palestras sem atuações e melhorias não servem de nada. Fazem as palestras só para justificar que existe algo sendo feito”, desabafa um militar, que preferiu não se identificar.
É importante frisar que a carta do policial é de uma pessoa que estava passando por uma situação muito delicada. A psicóloga Thaís Alves, especialista em saúde mental, lista alguns sintomas que todos devem se atentar.
“Temos os clássicos, como o entristecimento, afastamento das atividades habituais, negação a fazer coisas que gosta, afastamento dos amigos, recolhimento. Ou seja, uma mudança grande no comportamento”, relata.
Outro fator importante que deve ser notado são os possíveis sinais de agressividade. “Pensamos que depressão é só quem fica triste, mas é muito comum percebermos alguns esgotamentos que tornam a pessoa depressiva. Como um irritabilidade muito grande, um cansaço e perda de referenciais (poucos planos, perspectivas)”, explica a especialista.

Um agente de segurança morto por semana

Subtenente e diretor da Aspra, Heder Martins de Oliveira explica que uma pesquisa com 34 psicólogos foi desenvolvida para a prevenção e acompanhamento de casos de vulnerabilidade emocional.
“Temos trabalhado junto ao comando a possibilidade de rediscutir e criar uma política de valorização, para minimizar esses casos. Nos últimos anos não tivemos tanto, mas este ano já o 31º profissional da segurança pública a suicidar. Já é bem mais que o ano passado todo. É assustador”, explica o diretor.
A associação quer atuar na causa do problema. “Entender o que está gerando tudo isso, dar uma minimizada. Esse é o projeto: que possamos prevenir, ver os indicadores. O cara veste a farda, tem que trabalhar, produzir. Não preocupa-se com a pessoa. A ideia é estarmos sempre próximos, discutindo, analisando, vendo o nível de estresse, depressão, somatização dos problemas”, completa o subtenente.
Ao BHAZ, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) disse que não fornece dados sobre resultados de exames psicológicos de policiais no Estado. “A informação é de cunho pessoal e cada código de Classificação Internacional de Doenças (CID) é de sigilo médico-paciente. A instituição garante que todo o acompanhamento da saúde dos militares da ativa é feito rotineiramente com exames periódicos, e todos que necessitam acompanhamento, da ativa ou da reserva, o recebem prontamente”.

Ajuda

Segundo a psicóloga Thaís Alves, a abordagem tem que ser sempre no sentido de oferecer ajuda e escutar a pessoa. “Muitas vezes vemos abordagens mais invasivas, de dizer a pessoa que o ela deve fazer. Isso nunca é indicado. A chegada até a pessoa deve ser respeitosa, aberta, cuidadosa e sempre escutar o que essa pessoa tem a dizer”, explica.
“Ao escutá-la, deve-se passar a orientação de procurar ajuda de profissionais da área, como psicólogo, médicos-psiquiatras ou serviços públicos mesmo”, relata.
Ainda de acordo com a profissional, enquanto sociedade, muitas vezes produzimos esses sintomas. “Então, muitas vezes não acolhemos essas pessoas, não as ouvimos. Até porque, no mundo onde vivemos, não há nem espaço para isso. Estamos sempre acelerados, com relações cada vez mais rápidas e descartáveis”.
“O tipo de pressão que essas pessoas lidam, os problemas, tudo é muito forte. Estamos imersos em um nível de violência altíssima em nossa sociedade. Esse é o discurso da sociedade e, no Brasil, mais ainda. Construímos a violência como uma forma de vida em nosso país, então essas pessoas estão respondendo a isso”, completa.

Prevenção ao suicídio

Ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que auxilia na prevenção do suicídio, passaram a ser gratuitas em todo o país em julho do ano passado. Um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, assinado em 2017, permitiu o acesso gratuito ao serviço, prestado pelo telefone 188.
Por meio do número, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. Antes, o serviço era cobrado e prestado por meio do 141.
A ligação gratuita para o CVV começou a ser implantada em Santa Maria (RS), há quatro anos, após o incêndio na boate Kiss, que matou 242 jovens. O centro existe há 55 anos e tem mais de 2 mil voluntários atuando na prevenção ao suicídio. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.
Vitor Fernandes

VITOR FERNANDES

Repórter do BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva da UOL.
30 Comments
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Joelma Santos
Muito triste eu não tenho palavras só oro a Deus poia ha 2 ano faço tratamento por causa da depressão e terrível 😥
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Eduardo França
Olha solução para esse tratamento e jesus,faça uma corrente q Deus irá tirar vc desta depressão
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Josenaldo O Magnífico Silva
Eduardo França: Para de falar groselha, não seja fanático! Suicídio é coisa séria e envolve muito mais que falta de fé, é um problema de saúde pública. Você não sabe nada da vida do cara, então não faça Julgamento
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Orlando Junior
Eduardo França eu não acredito em Deus e não tenho mais depressão pq tratei, enquanto meus amigos religiosos todos têm.
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Roberto Da Silva Lima
Eu sou policial civil aposentado. Em 2014 entrei em depressão e pensei em suicídio, mas apesar das dificuldades do órgão recebi apoio dos psicólogos do departamento de recursos humanos
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Márcio Durães
Que nosso Deus com sua infinita misericórdia retire dis corações das pessoas à angústia, agonia, tristeza e sentimento de derrota. Fortaleça Senhor seus filhos em nome do seu filho Jesus. AMÉM
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Celia Souza
AMÉM
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Orlando Junior
Falou pouco mas não ajudou em nada
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Miria Mattos Souza
Estou aqui com meu filho com depressão não sei por onde começar. Está no psicológico mais parece não está resolvendo.
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Aline Roberta
Miria,só psicólogo não adianta.
Leva no psiquiatra para tomar medicação,tem tratamento com eletrochoque,que resolve muito,e não agride a saúde.
Tenho uma pessoa da minha família que esta conseguindo vencer.
Tenha fé,vc também consegue.
Desejo boa sorte!
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Vinicius Marques
Eletrochoque????
Vc saiu da idade média, sujeita?
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Maria Helena Gusmão
Mirian, comece apoiando não fazendo essa cobrança p que ele melhore logo. Mostre q vc estará do lado dele o tempo que ele precisar , pois essa cobrança , pode fazer q ele se mais culpa e incapacidade ...
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Tetis Santos
Mais uma vítima do sistema !
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