Um cabo da PM acusado de integrar uma milícia foi à policlínica da corporação enquanto estava foragido e conseguiu obter uma licença médica. O policial militar Carlos Eduardo de Moraes Corrêa foi um dos 13 alvos de uma operação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no último dia 20, contra um grupo paramilitar responsável por uma série de mortes em Duque de Caxias. O policial não foi encontrado, e o mandado de prisão em seu nome não foi cumprido na ocasião. Dois dias depois, entretanto, o agente — foragido — compareceu na Policlínica da PM em São João de Meriti, foi inspecionado por médicos da corporação e saiu tranquilamente do local com uma licença médica que o autorizava a ficar afastado do trabalho por sete dias.
Depois da operação, Corrêa não apareceu mais no batalhão de Duque de Caxias, o 15º BPM, onde trabalhava. O cabo estaria de serviço das 12h às 0h do dia 20. No entanto, se comparecesse, PMs da unidade poderiam dar voz de prisão a ele. Por conta da falta, o batalhão começou a contar o prazo de oito dias para que o militar pudesse ser considerado desertor.
No dia 22, entretanto, Corrêa foi à policlínica da corporação. Logo após o agente sair do local, colegas de farda entregaram sua Ata de Inspeção de Sáude — documento que atestava que o agente havia sido periciado e liberado do serviço para tratamentio médico — no batalhão.
Questionada sobre o motivo de o PM não ter sido preso na clínica, a PM alegou que a Corregedoria abriu uma investigação para apurar a concessão de licença médica ao policial enquanto ele estava foragido. Segundo a corporação, nesta terça-feira, dois PMs que auxiliaram no processo de obtenção do documento foram presos administrativamente. Já Corrêa se apresentou na sede da DHBF também na tarde desta terça e foi encaminhado à Unidade Prisional da PM.
A investigação da Polícia Civil revelou que o PM estava envolvido numa guerra entre milícias rivais pelo controle dos bairros Cerâmica e Floresta, em Nova Iguaçu. Os bandos disputam à bala os lucros provenientes da extorsão de moradores e comerciantes, além de um esquema de roubo, clonagem de carros e revenda de peças. Agentes da DH descobriram, durante a investigação, três locais de desmanche de carros roubados, com cerca de 50 veículos. Segundo a DHBF, os bandos são investigados por cerca de 20 homicídios desde o início do ano.
Foragido, cabo acusado de integrar milícia foi à clínica da PM e conseguiu licença médica
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