A Justiça de Flores da Cunha condenou nove brigadianos pela prática de crime de tortura. O grupo de policiais chegou a ser conhecido na época, entre 2007 e 2008, como Tropa de Elite da Serra gaúcha após prender quatro jovens que conheciam um suspeito responsável pela morte de um brigadiano. Dois envolvidos, Gilberto Güntzel de Oliveira e Alexandre Augusto Silva da Silva, foram condenados pela juíza Tânia Cristina Dresch Buttinger, da Vara Judicial da Comarca do município, a 3 anos e 4 meses de prisão. Os outros sete foram condenados a 2 anos e 4 meses de reclusão. São eles: Luís Carlos de Mattos, Valério Zorzi, Ademir Dorneles Severo, Enéias Gonçalves Falcão, Jéferson dos Santos Silveira, Édison Hildebrando Ribas dos Santos e Wladinir Vieira.
Segundo a Justiça, todos vão perder o cargo, função ou emprego público, além da interdição para retorno pelo dobro do prazo da pena aplicada. No caso de agente público, a pena aumenta de 1/6 para 1/3.
Entenda o caso:
Um dia depois do Natal de 2007, o sargento da Brigada Militar Luiz Ernesto Quadros Mazui, 39 anos, foi morto pelo gesseiro Valdir Garcia de Moura, 41, por desavença. O crime ocorreu na casa do gesseiro, no bairro Pellizer, em Flores da Cunha. A notícia se espalhou e policiais de Caxias do Sul e de Farroupilha foram até o local do fato.
O major Gilberto Güntzel chega na residência à paisana com seu carro particular. Também no local e usando um megafone, os capitães Juliano Amaral e Alexandre Augusto Silva da Silva ordenam a saída de dois jovens, o filho de 18 anos do gesseiro e outro rapaz de 22 anos, que se encontravam no interior da casa. Eduardo de Moura e Miller Marcante só saíram quando o capitão Gerson Luiz Pereira de Souza e Silva chegou no local junto com PMs de Farroupilha e solicitou a saída. De novo dentro da casa do gesseiro, os dois jovens foram algemados, levaram tapas, socos e pontapés. Dois adolescentes, detidos numa mesma algema, também foram agredidos. Roselaine de Moura, mulher do gesseiro, estava no local e alegou que foi ameaçada de morte. Os policiais queriam saber o paradeiro do suspeito de matar o PM.
Assim como no filme Tropa de Elite, os brigadianos tentaram sufocar os dois adolescentes com sacos plásticos na cabeça. Um dos jovens levou chutes na cabeça e foi alvo de tentativa de empalamento com um cabo de vassoura. A tortura prosseguiu pelas ruas da cidade e só parou com a chegada do Serviço de Inteligência da Brigada Militar e de um delegado de Polícia.
Decisão judicial
Em relação a outros detalhes da decisão judicial, a magistrada declarou extinta a punibilidade dos réus Alexandre Augusto Silva da Silva e Juliano André Amaral pelos crimes de abuso de autoridade e ameaça, em razão da ocorrência de prescrição. A denúncia de tortura por omissão foi julgada improcedente para Juliano e Gerson Luiz Pereira de Souza e Silva, absolvidos da acusação.
Também foram absolvidos Maquiel Augusto Celso, por crime de falso testemunho, e os acusados Paulo Joas Pires, Enéias Gonçalves Falcão, Derli Parode Barros Júnior, Ademir Dorneles Severo, Jéferson dos Santos Silveira, Édison Hildebrando Ribas dos Santos, Wladinir Vieira e Cirlon Manzoni Lemes, por crime de tortura.
Segundo a Justiça, cabe recurso da decisão tomada ontem e divulgada hoje.
Aliás, pena pequena.. O que é mais hediondo que o estado torturando os cidadãos?
Para a sociedade já está decretada a pena de morte, e para os marginais toda defesa e benefícios das leis. Policiais são punidos e perdem seus empregos, e os assassinos de policiais e de civis, O QUE ACONTECE COM ELES????
Isso eh nojento!!!!!
Pois para a população em geral, a sorte de ligar e alguém aparecer é a maior aliada..
Infelizmente é uma realidade política latente.
Obs.: falando ainda em política, parece que nem todos responsáveis foram penalizados..
Acho que é só aparentemente…
Eu tive o prazer te conhecer estes homens hoje julgados e condenados por um sistema penal que beneficia o criminoso, e só tenho um comentário “ELES SÃO ALGUNS DOS MUITO POUCOS QUE AINDA ACREDITAM NO SISTEMA” e trabalham todos os dias enquanto muitos dormem ou descansam. Então aos amigos que ofereceram comentários maldosos eu peço que antes de sentirem-se no direito de apontar o dedo a alguém, conheçam estes homens e saibam realmente o que aconteceu.
E ao policial que foi morto nesta ocorrência mas que muito pouco se disse (é assim mesmo, MORTE DE POLICIAL NÃO DA REPERCUSSÃO NENHUMA NA IMPRENSA) então pra que publicar né, amanhã ninguém lembra mais. “PENSSEM”!!!!!!!!!!!!!!!!
Meu querido pai, o Sgt. Aguirre, e outros 40 PMs de flores e região foram indiciados pela tortura
Vocês, de suas cadeiras confortáveis não tem idéia da M**** pela qual minha família passou só por que meu pai, o PM com “polícia” escrito em verde no colete preto (ou é o Sgt. Bernardi, fisicamente ambos são parecidos, de repente tem coletes iguais) teve o azar de ser mandado para atender a ocorrência de tortura. Foi indiciado por “tortura por omissão” só por estar perto do ocorrido.
Absolvido por 3/0. Ainda lembro do sorriso do pai quando voltou do julgamento. Mas nos custou milhares em advogados, enquanto meu pai financiava com seus irmãos uma chácara lá perto do Sítio da Lagoa para meu avô enquanto minha família só não passava fome por que trabalhavamos na terra que compramos.
Meu pai necessitou acompanhamento psicológico. Tudo isso enquanto criava dois filhos, implorava pela expedição da escritura pelos antigos donos da terra, e se dividia entre o trabalho com a terra e os 12h por turno numa profissão onde todo mundo te odeia só pela farda que veste. Meu pai beirava a insanidade! Mas pra esse lado tá é todo mundo defecando e transitando, né? Vocês, povo hipócrita e mídia tendenciosa e sensacionalista. VOCÊS quase DESTRUÍRAM MINHA FAMÍLIA!