E sim agressor, diz secretário....
O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, saiu em defesa dos policiais militares que balearam o estoquista Fabrício Nunes Fonseca Mendonça Chaves, 22, que participou do protesto em São Paulo contra a Copa do Mundo no Brasil.
Segundo Grella, a vítima dos tiros não era manifestante, mas sim um agressor.
Fabrício foi alvo de três tiros, disparados por dois PMs, na esquina das ruas Sabará e Piauí, em Higienópolis, logo após o ato que acabou em vandalismo, com agências bancárias, lojas depredadas e um carro incendiado.
Editoria de Arte/Folhapress |
Para Grella, os PMs foram agredidos e reagiram. "As imagens [gravadas por câmeras da rua] que me foram mostradas são de uma agressão que, em tese, justificaria a legítima defesa", disse.
"Não acho que são manifestantes quem anda com estilete, com materiais supostamente explosivos, com bolinhas de gudes, e outros instrumentos que servem muito mais para agressão."
Em depoimento, Salomão admitiu que carregava os itens e disse que conheceu Fabrício no protesto. Relatou ainda que viu o estoquista fugir durante a revista e, depois disso, não viu mais nada.
O comandante geral da Polícia Militar, Benedito Meira, também saiu em defesa dos policiais e disse que a versão apresentada por eles é compatível com as imagens gravadas. A conduta deles, porém, é investigada pela Corregedoria da corporação.
"Os PMs foram ouvidos pela Corregedoria separadamente. Se houvesse incompatibilidade, teríamos identificado e o delegado também teria autuado os PMs em flagrante", disse àFolha.
Segundo Meira, um dos PMs só atirou depois que Fabrício o atacou com o estilete. O policial se desequilibrou e caiu. "Ele atirou de baixo para cima. Tanto que o tiro acertou a região do saco escrotal", afirmou.
Sobre o uso de pistolas contra uma pessoa que portava arma branca, Meira afirmou que os policiais usaram "o meio de que dispunham para agir", afirmou.
Para ele, não houve excesso. "Se os policiais estivessem mal-intencionados, teriam atirado pelas costas ou executado o jovem, mas não. Eles socorreram o jovem".
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, foi cauteloso ao comentar o caso. "Ninguém pode fazer pré-julgamento. Se houver violência [policial], tem de haver punição, para isso existe apuração", afirmou. Cardoso disse que acompanha as manifestações. "Defendemos a liberdade de manifestação, mas não podemos aceitar vandalismo".
Jovem baleado não é manifestante, e sim agressor, diz secretário - 28/01/2014 - Cotidiano - Folha de S.Paulo
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