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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Polícia diz não ter linha de apuração

27/01/2014 19h43 - Atualizado em 27/01/2014 21h31

Polícia diz não ter linha de apuração e evita citar PM 15 dias após chacinas...

Com policiais proibidos de falar, diretor do Deinter deu entrevista esta tarde.
'Linhas estão abertas', afirmou Licurgo Costa sobre 12 mortes em Campinas.

Do G1 Campinas e Região

Após 15 dias dos 12 assassinatos em série ocorridos em Campinas (SP), a Polícia Civil rompeu o silêncio nesta segunda-feira (27), mas, ao invés de apresentar os primeiros esclarecimentos sobre o caso, que inclui duas chacinas, evitou responder à maioria dos questionamentos. O diretor do Deinter 2, Licurgo Nunes Costa, disse que todas as linhas de investigação continuam abertas e, desconfortável, se negou também a comentar a hipótese de participação de policiais militares no crime. Suspeita-se que as mortes ocorreram por vingança ao assassinato de um PM durante tentativa de assalto na mesma região onde os homicídios sequenciais ocorreram.
Costa, que havia convocado a entrevista para falar justamente sobre a prisão de um dos suspeitos de ter participado do assassinato do policial militar, irritou-se com algumas perguntas sobre as chacinas e amenizou a possível participação de membros da PM nas execuções ocorridas entre os dias 12 e 13 de janeiro. " A Polícia Civil nunca disse isso [da participação de militares no crime]. A investigação continua com todas as linhas abertas. Não fechamos a porta de nenhuma ainda.", disse Costa. Os delegados responsáveis pela apuração estão proibidos de dar declarações públicas sobre o caso desde a primeira semana de depoimentos
 
Durante a entrevista, na delegacia Seccional de Campinas, a Polícia Civil apresentou Gullit Fernandes de Oliveira, de 22 anos, suspeito pela morte do militar Arides Luiz dos Santos, de 44 anos. O outro suspeito que teria participação no crime, um adolescente de 17 anos, entregou-se. O integrante da corporação foi morto durante um assalto na mesma região e horas antes do início das execuções, ocorridas em cinco bairros. Sem dar detalhes, Costa afirmou que as hipóteses de vingança, tráfico e execução são investigadas.
Sem respostas
Sobre a demora para apresentar as primeiras respostas sobre o caso, o diretor do Deinter 2 disse que a equipe enfrenta algumas dificuldade. "Existem às vezes alguns obstáculos que terão de ser superados, tanto da investigação de campo e da inteligência policial, como também as questões dos laudos que tem um período para ficarem prontos.", justificou. Até esta segunda-feira, 52 foram ouvidos sobre o caso, entre familiares das vítimas, testemunhas e policiais militares.
Na primeira semana de depoimentos, a diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DPP) de São Paulo, Elisabete Sato, que participa da apuração, e o promotor que acompanha o trabalho da Polícia Civil, Ricardo Silvares, afirmaram que os crimes estavam próximos de ter uma linha de investigação predominante. Contudo, Costa insistiu que as linhas de investigação estão em aberto e, impaciente, defendeu o sigilo de informações. "Não é oportuno a Polícia Civil falar desse assunto", afirmou após ser questionado sobre a falta de informações.
Os depoimentos prestados por 31 integrantes do Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep), à Corregedoria da PM, também serão considerados nas apurações. Os policiais entregaram à corporação 31 pistolas 380 de uso particular para perícia, que será feita no Instituto de Criminalística da capital paulista. As armas têm o mesmo calibre das usadas na série de homicídios. Nos locais das chacinas, também foram achados projéteis de pistolas 9 milímetros.
As mortes
Entre a noite de domingo (12) e a madrugada de segunda (13) 12 pessoas homens foram mortos em cinco bairros de Campinas, nas regiões do Ouro Verde e Campo Grande. Parentes e vizinhos das vítimas disseram que viram policiais militares na hora dos crimes. A Polícia Civil de Campinas e o DHPP investigam os homicídios. Vingança pela morte de um policial e "guerra" entre quadrilhas são duas hipóteses investigadas.  Os suspeitos da morte do PM foram identificados e estão sendo procurados.



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