Em Campinas (SP)
A Polícia Civil de São Paulo admitiu, nesta quinta-feira (30), pela primeira vez que policiais militares teriam participado da chacina que matou 12 pessoas em Campinas (93 km de São Paulo). Cinco PMs foram presos quarta-feira (29) e, segundo a SSP-SP (Secretaria do Estado da Segurança Pública), mais prisões de policiais podem ser realizadas nos próximos dias. O promotor Ricardo Silvares chamou os policiais de "covardes".
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Segundo o secretário de Segurança do Estado, Fernando Grella Vieira, os cinco policiais presos ficarão no presídio Romão Gomes, em São Paulo, por pelo menos 30 dias, prazo da prisão temporária.
"O Estado não aceita desvios de conduta. Na esfera administrativa, se o envolvimento for confirmado, eles serão expulsos da PM", disse o secretário, em Campinas, nesta quinta. Na madrugada, os cinco policiais militares negaram participação nos crimes em seus depoimentos à Polícia Civil.
A Corregedoria da PM informou, ainda, que irá investigar a ação de oito policiais que estavam de plantão no período das mortes na região onde os corpos foram encontrados. "As investigações continuam, outros oficiais são investigados e podem ser presos", disse Grella.
Segundo Carlos de Carvalho Júnior, comandante do CPI-2 (Comando de Polícia do Interior), há indícios de que o policial morto e os investigados faziam bicos nas folgas. "Há fortes indícios que apontam nesse sentido", disse.
Os presos
Todos os policiais presos estavam de folga no dia da ocorrência. A corregedoria informou que eles pertenciam ao batalhão de Arides Luis dos Santos, 44, PM que estava de folga e foi morto horas antes da chacina.
CINCO PMS SÃO PRESOS ACUSADOS DE PARTICIPAR DE CHACINA EM CAMPINAS
A principal linha de investigação das autoridades até o momento afirma que a morte dele tenha sido o estopim para a chacina, que teria ocorrido para vingar a morte do policial.
Covardia
O promotor do MPE (Ministério Público Estadual) de São Paulo Ricardo Silvares, que participou da entrevista com o secretário de Segurança, classificou como "covardes" os cinco policiais presos, que são acusados da morte do Joab Gama das Neves, 17, baleado na mesma noite da chacina.
Ainda segundo as autoridades, ele teria participado do assalto ao posto onde Santos morreu.
Devido à característica do crime, a morte de Joab passou a ser investigada junto com os demais homicídios e, de acordo com as autoridades, pode ser a chave que pode revelar os autores das demais mortes, já que as características dos crimes são similares.
Segundo Silvares, os cinco policiais presos participaram do assassinato, sendo que um deles fez os disparos e quatro deram cobertura. "Poucas vezes vi matarem uma pessoa de 17 anos de forma tão covarde. Esses policiais, que fizeram essa barbaridade, precisam ficar presos para o bem da sociedade", disse.
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