- Rosângela Gris
Maringá é a quarta cidade do Paraná no ranking de reclamações de mulheres vítimas de violência quanto ao atendimento recebido ao denunciar a agressão à polícia. De acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira (14) pelo Ministério Público do Paraná, a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) registrou 11 reclamações de maringaenses em 2010, o que representa 3,9% do total de 279 registros no Estado.
No topo da lista está Curitiba com 65 reclamações (44%). Em segundo lugar aparece Foz do Iguaçu com 13 registros de mau atendimento e, em terceiro, Ponta Grossa com 12. Maringá em quarto lugar fica a frente de Colombo com 10. Londrina e São José dos Pinhais estão empatadas em sexto com 9 reclamações cada.
Segundo o levantamento, quase metade das reclamações 44% - foi com relação ao atendimento prestado por delegacias comuns; 26%, ao Serviço de Atendimento ao Cidadão - 190; e 17% às Delegacias da Mulher.
Para o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça dos Direitos Constitucionais, procurador de Justiça Alberto Vellozo Machado, o maior índice de reclamações sobre os órgãos não especializados reflete a necessidade de qualificação dos profissionais que atuam na área. "Entender as vulnerabilidades e as especificidades da matéria só é possível na medida em que as pessoas são qualificadas para aprender isso".
Dos tipos de reclamações registradas pela Central de Atendimento, a omissão do Serviço de Atendimento ao Cidadão - 190 ocupa o primeiro lugar, com 74 denúncias. A recusa do registro de Boletim de Ocorrência e a falta de providências a partir da notícia do fato estão entre os problemas mais recorrentes, com 59 e 50 casos, respectivamente.
A culpabilização da vítima também aparece como reclamação constante. Há relatos de situações em que a vítima é tratada com deboche, desconfiança e de forma agressiva por parte dos policiais.
Ligue 180
A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é voltada especialmente às mulheres vítimas de violência, com atendimento sigiloso, 24 horas do dia, de segunda a domingo. O serviço funciona em âmbito nacional e de forma gratuita, por meio de uma parceria da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e as empresas Embratel, Eletronorte, Eletrobrás, Furnas e do Disque Denúncia do Rio de Janeiro.
Dados divulgados no dia 3 de julho pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República revelam que, entre janeiro e julho deste ano, o Ligue 180 recebeu 15.436 denúncias sobre violência vindas de paranaenses. São Paulo ficou em primeiro lugar no ranking, com 47.107 denúncias, enquanto o Paraná ocupa a sexta posição entre as unidades da federação que mais registraram queixas na central. Em comparação com o mesmo período de 2010, o serviço 180 registrou alta de 112%, com 343.063 atendimentos em todo país neste ano.
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