MG.....................
Homônimo do fundidor é procurado pela Justiça por diversos crimes.
Nomes das mães de ambos também é o mesmo no registro da polícia.
Com vergonha e medo de sair na rua, o fundidor Marcelo Aparecido Santos , que completa 33 anos nesta sexta-feira (4), luta para provar que não nunca cometeu qualquer tipo de crime após ter sido preso três vezes por engano em Poços de Caldas (MG). Os problemas começaram em dezembro de 2010, quando ele descobriu que tem o mesmo nome de um homem procurado pela polícia. Mas esta não é a única coincidência, a mãe dele também tem o mesmo nome da mãe do criminoso procurado por furto, tráfico de drogas e tentativa de homicídio.
A primeira prisão aconteceu por causa de uma discussão familiar. “Um policial chegou e perguntou: é você que gosta de dar facadas? E já me levou detido, sem que eu soubesse o que estava acontecendo”, relatou o homem.
Na ocasião, Marcelo ficou detido durante 8 horas, mas voltou a ser preso 12 dias depois, quando seguia para o trabalho. Até esclarecer a situação, permaneceu 14 horas na delegacia.
“Eu estava chegando na minha empresa quando foi abordado pela Polícia Militar e já fui algemado e jogado na viatura, sem direito a defesa. Me forçaram a entrar no carro de polícia violentamente”, lembrou.
Já a terceira prisão aconteceu no mês de setembro, quando Marcelo procurou a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) para fazer uma nova carteira de identidade. Quando apresentou os documentos, a Polícia Civil identificou que havia um mandado de prisão no nome dele. “Não adiantou eu argumentar. Fui preso pela terceira vez sem ter cometido qualquer tipo de crime. É um absurdo que atualmente, em 2013, com tanta tecnologia, esse tipo de coisa aconteça”, contou.
De acordo com o advogado Marcelo Dias, que cuida do caso, o problema é que o criminoso homônimo é réu em Governador Valadares (MG) e não teve o nome incluído no sistema comum da Polícia Civil de todo Estado de Minas Gerais. “Como eles tem o mesmo nome, quando é checado o RG, cai sempre no Marcelo de Poços de Caldas e automaticamente o mandado é expedido contra ele. Na cidade de Governador Valadares deve existir um mandado físico expedido contra o real acusado, mas no sistema eletrônico consta apenas o de Poços”, explicou.
Agora, Marcelo espera provar que não tem problemas judiciais e que realmente foi preso por engano. Este, segundo ele, seria um bom presente de aniversário. “Eu sonho em poder voltar para o trabalho, para a sociedade, mostrar meu rosto em frente às câmeras e dizer: Viu, gente? Eu falava que não era eu e foi comprovada a verdade”, idealizou. “Eu perdi tanto a dignidade, que quando vejo uma viatura eu abaixo a minha cabeça”, completou.
O advogado de Marcelo também já entrou na Justiça com uma ação por danos morais. De acordo com o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Poços de Caldas, Ricárti Bandola, esta é uma medida justa, já que apenas a coincidência dos nomes não justificam as prisões.
“Na certidão criminal devem constar nome e outros dados que possibilitem a identificação do criminoso. Se embasar apenas no nome pode levar a erros. Até porque, na cédula de identidade tem a origem do cartório onde ela foi feita e com isso já pode-se ter uma ideia de quem seja a pessoa”, explicou Bandola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário