Depois do manifesto dos Clubes,..
Evandro Éboli
BRASÍLIA. Depois do manifesto dos Clubes Militares criticando a presidente Dilma pela criação da Comissão da Verdade, circula nos sites de militantes de esquerda e de entidades e comitês de justiça e direitos humanos um manifesto de oficiais da reserva que defendem o contrário: a criação da Comissão da Verdade e punições para os agentes do Estado que cometeram violações durante a ditadura. No texto, esses militares rebatem o documento de outros oficiais da reserva que criticam a presidente e a comissão. E lembram episódios como as bombas no show do 1 de Maio no Riocentro, em 1981.
O manifesto desses militares pró-Comissão da Verdade é encabeçado pelos capitães de mar-e-guerra Luiz Carlos de Souza Moreira e Fernando de Santa Rosa, cassados pelo regime de 64. Os dois se apresentam também como sócios dos clubes militares, e rebatem trechos do documento dos críticos do governo Dilma e de seus ministros, de quem fazem a defesa.
"Queremos restabelecer uma verdade, e que os presidentes dos clubes militares teimam em não reconhecer: a de que o verdadeiro regime democrático é o que estamos vivendo, e não aquele, dos governos militares" - diz um trecho inicial do documento. E segue: "A presidente não governa para uma "parcela da população", e, sim, para todos os brasileiros, vitoriosa que foi nas urnas por uma indiscutível e expressiva votação, o que deve ter desagradado aos senhores".
Esses militares lamentam que os torturadores nunca foram julgados e cobram o paradeiro dos desaparecidos políticos. "Os torturadores (militares e civis) que não responderam a nenhum processo, encontram-se "anistiados" e permaneceram em suas carreiras (...) Onde estão os corpos dos que foram mortos pelas agressões sofridas?".
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