Da denúncia de injúria...
23 de janeiro de 2012 • 17h12 • atualizado às 17h33
A Auditoria Militar de Brasília (DF) absolveu nesta segunda-feira o sargento Laci Araújo do crime de injúria. Por unanimidade, o Conselho Permanente de Justiça considerou que não existem provas suficientes para a condenação. Em junho de 2008, o militar foi detido por deserção logo após conceder uma entrevista a uma emissora de TV assumindo ser homossexual e manter relacionamento de longa data com o então sargento do Exército Fernando de Alcântara Figueiredo.
Fernando chegou a afirmar que o companheiro sofria abusos e maus-tratos na carceragem da Polícia do Exército (PE), em Brasília. Laci alegava que sofria de problemas emocionais graves e que o Exército não aceitava seus laudos médicos. "Ele é revistado várias vezes ao dia, precisa tirar toda a roupa e fazer agachamento como se fosse um presidiário. Mas ele não é criminoso, está preso sob acusação de deserção e isso é totalmente arbitrário", alegava o sargento.
A denúncia de injúria, oferecida pelo Ministério Público Militar (MPM) em fevereiro de 2010, teve como base declarações feitas pelo sargento contra uma procuradora de Justiça Militar, no momento em que foi preso por deserção. O militar alegou, diante de militares e autoridades civis, que a procuradora teria sido denunciada por improbidade administrativa, entre outras acusações.
O Conselho Permanente de Justiça considerou que o crime de injúria exige que a ofensa seja dolosa, isto é, com a intenção de ferir a dignidade da vítima. Para o Conselho, esse não foi o caso do sargento Laci que, no momento de sua prisão, encontrava-se extremamente alterado e em estado de estresse intenso.
Além disso, profissionais da área de saúde afirmaram em juízo que o militar sofre de "transtorno de ajustamento". Essa condição é apresentada por pacientes que manifestam mudanças repentinas no estado de ânimo como resultado de uma situação de estresse.
Julgamentos anteriores
O sargento Laci Araújo foi julgado pela Justiça Militar por outros dois crimes relacionados à sua prisão em 2008. Em 2009, o Superior Tribunal Militar (STM) confirmou a condenação do militar, em primeira instância, pelo crime de deserção. Na ocasião, o STM deu provimento parcial ao recurso do sargento Laci, que pedia a absolvição, e reduziu a pena de seis para quatro meses de prisão. No entanto, o militar não teve que cumprir a pena, pois havia recebido o indulto de Natal em 2008.
Já em 2010, o sargento foi condenado pela Auditoria Militar de Brasília à pena de 1 ano, 3 meses e 15 dias de reclusão por calúnia e desacato a superior. De acordo com a denúncia, o militar alegou que teria sido torturado após a sua prisão em 2008, o que não foi comprovado pela investigação do MPM. O companheiro do sargento Laci, o ex-sargento Fernando Alcântara, também foi condenado a 8 meses de detenção por ter divulgado na imprensa as informações.
O sargento Laci e o ex-sargento Fernando receberam o benefício da suspensão condicional da pena pelo período de dois anos e o direito de apelar em liberdade. Os dois militares entraram com recurso, que atualmente está em andamento no STM.
Fernando chegou a afirmar que o companheiro sofria abusos e maus-tratos na carceragem da Polícia do Exército (PE), em Brasília. Laci alegava que sofria de problemas emocionais graves e que o Exército não aceitava seus laudos médicos. "Ele é revistado várias vezes ao dia, precisa tirar toda a roupa e fazer agachamento como se fosse um presidiário. Mas ele não é criminoso, está preso sob acusação de deserção e isso é totalmente arbitrário", alegava o sargento.
A denúncia de injúria, oferecida pelo Ministério Público Militar (MPM) em fevereiro de 2010, teve como base declarações feitas pelo sargento contra uma procuradora de Justiça Militar, no momento em que foi preso por deserção. O militar alegou, diante de militares e autoridades civis, que a procuradora teria sido denunciada por improbidade administrativa, entre outras acusações.
O Conselho Permanente de Justiça considerou que o crime de injúria exige que a ofensa seja dolosa, isto é, com a intenção de ferir a dignidade da vítima. Para o Conselho, esse não foi o caso do sargento Laci que, no momento de sua prisão, encontrava-se extremamente alterado e em estado de estresse intenso.
Além disso, profissionais da área de saúde afirmaram em juízo que o militar sofre de "transtorno de ajustamento". Essa condição é apresentada por pacientes que manifestam mudanças repentinas no estado de ânimo como resultado de uma situação de estresse.
Julgamentos anteriores
O sargento Laci Araújo foi julgado pela Justiça Militar por outros dois crimes relacionados à sua prisão em 2008. Em 2009, o Superior Tribunal Militar (STM) confirmou a condenação do militar, em primeira instância, pelo crime de deserção. Na ocasião, o STM deu provimento parcial ao recurso do sargento Laci, que pedia a absolvição, e reduziu a pena de seis para quatro meses de prisão. No entanto, o militar não teve que cumprir a pena, pois havia recebido o indulto de Natal em 2008.
Já em 2010, o sargento foi condenado pela Auditoria Militar de Brasília à pena de 1 ano, 3 meses e 15 dias de reclusão por calúnia e desacato a superior. De acordo com a denúncia, o militar alegou que teria sido torturado após a sua prisão em 2008, o que não foi comprovado pela investigação do MPM. O companheiro do sargento Laci, o ex-sargento Fernando Alcântara, também foi condenado a 8 meses de detenção por ter divulgado na imprensa as informações.
O sargento Laci e o ex-sargento Fernando receberam o benefício da suspensão condicional da pena pelo período de dois anos e o direito de apelar em liberdade. Os dois militares entraram com recurso, que atualmente está em andamento no STM.
- Terra
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