Somadas, penas atribuídas a cabo e soldado ultrapassam os 11 anos de cadeia Do R7 MG, com MPMG | 13/12/2012 às 23h05
A Justiça Militar condenou e prendeu, nesta quarta-feira (12), dois militares suspeitos de estuprar, torturar e ameaçar seis pessoas em Contagem, entre eles uma jovem grávida, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Na decisão, os condenados também não poderão recorrer à sentença em liberdade, conforme o Ministério Público (MP) de Minas Gerais, que confirmou a informação nesta quinta-feira (13).
Foram julgados o cabo e o soldado responsáveis pelos crimes, que aconteceram na noite do dia 22 de maio de 2012. Conforme o MP, o cabo foi condenado por ter estuprado uma jovem de 18 anos e deverá ficar preso por seis anos, 11 meses e sete dias. Por ter acobertado o estupro praticado pelo cabo, o soldado foi condenado a quatro anos, três meses e 18 dias de prisão. No cálculo da pena também foram incluídos os crimes de constrangimento ilegal e por ameaças feitas às vítimas caso elas resolvessem denunciar os militares.
Conforme o MP, a defesa chegou a pedir que os condenados pudessem recorrer em liberdade, como aconteceu por duas vezes durante a fase do processo, mas o juiz Marcelo Adriano Menacho dos Anjos negou. O argumento do magistrado foi o de que a segurança das vítimas ficaria comprometida com a liberdade dos policiais, que trabalhavam no 39º Batalhão da Polícia Militar (PM) de Contagem. — É correto afirmar que, se ao longo da instrução do feito, havia risco ou propriamente um perigo fundado à segurança das vítimas e testemunhas, este risco ou perigo aumenta consideravelmente com a condenação. Apesar da condenação, o promotor de Justiça Carlos Alberto Silveira Isoldi Filho, responsável pela denúncia, afirmou que irá recorrer da decisão.
Leia mais notícias no R7 MG Justiça manda soltar PM que matou jovem no Aglomerado da Serra PM acusado de matar amante estaria ameaçando família da vítima O crime Os dois militares, fardados e em serviço, procurando drogas, invadiram uma casa no bairro Santa Cruz Industrial, após às 22h, em Contagem. Conforme o MP, a jovem violentada estava com o namorado e com amigos no local.
Ela e o rapaz foram levados para um quarto, onde foram obrigados a tirar a roupa para serem revistados. Depois, ela se vestiu e foi para outro quarto, mas em seguida um dos PMs a seguiu e a estuprou. Como o namorado dela tentou impedi-lo, o soldado o atacou no pescoço, dando choques e batendo nele com um pedaço de madeira, para acobertar o crime praticado pelo cabo. Uma outra menina que estava na casa foi torturada com choques, pauladas com cabo de vassoura, chutes e enforcamento.
Segundo o MP, o namorado dela foi obrigado a assistir à sessão de agressões. Além disso, duas das vítimas foram colocadas dentro da viatura, algemadas, e ameaçadas. Segundo o cabo, todos na casa deveriam ficar "de bico fechado", pois, "se abrissem o bico, sobraria para todo mundo lá no barraco". Em seguida, os militares levaram as vítimas para locais diferentes.
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