A comerciante, de 28 anos, ainda se recupera do trauma e das lesões. Ela teve ferimentos no braço, pescoço, nariz e boca.
23/10/2021
PM do Paraná vai investigar conduta do policial que agrediu mulher que estava imobilizada
A Polícia Militar do Paraná vai apurar a conduta de um PM
que agrediu uma comerciante em Curitiba.
A comerciante, de 28 anos, ainda se recupera do trauma e das
lesões. Ela teve ferimentos no braço, pescoço, nariz e boca.
“Eu achei que ele ia me matar, que eu ia morrer. Porque o
que eu conseguia ver, não tinha ninguém por perto, eu só via coturno”, conta
Stephany Rodrigues.
Com um celular, Stephany gravou o começo da confusão. A
lanchonete dela já estava fechada quando os policiais abordaram um funcionário
que, segundo a polícia, desacatou os PMs. Os agentes fiscalizavam o cumprimento
de regras sanitárias da pandemia.
"Vocês passaram dos limites", gritou a
comerciante.
O aparelho dela foi jogado no chão, mas outra pessoa gravou
quando a dona da lanchonete foi imobilizada. Com o joelho sobre o rosto da
mulher, o policial a puxa pelos cabelos e bate nela com a boina da corporação.
Stephany foi atendida numa unidade de saúde. Depois, assinou
termo circunstanciado por desacato e foi liberada. Na madrugada deste sábado
(23), ao deixar a delegacia, ela falou sobre a agressão.
“Foi uma abordagem muito agressiva, muito agressiva.
Desnecessária, completamente desnecessária. Eu já estava no chão, eles me
machucaram muito, muito”, diz.
“Uma pessoa totalmente desequilibrada, transtornada,
reagindo, ela precisa que a força seja feita para conter. E a força é na medida
do necessário”, afirma o capitão da PM-PR Ronaldo Carlos Goulart.
A Polícia Militar do Paraná informou que vai apurar as
circunstâncias em que aconteceu a agressão. O governo do Paraná determinou ao
comando da PM uma rigorosa investigação do caso.
O advogado da comerciante diz que vai entrar com uma
representação contra os policiais na Corregedoria da PM.
“Salta aos olhos o abuso e o exagero dos policiais. Essa
conduta agressiva jamais pode se justificar, em especial contra uma mulher”,
afirma o advogado Igor José Ogar.
“Eu tenho muito respeito por toda equipe da Polícia Militar
em si, mas quem estava lá ontem está totalmente despreparado”, diz Stephany.
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que não
concorda com condutas que extrapolem a lei e que vai acompanhar o andamento das
apurações.
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