Criança estava internada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, desde o último dia 7; policiais envolvidos na ação foram afastados
Lucas SchroederIsabelle Salemeda CNNElis Franco
em São Paulo
16/09/2023 às 11:00 | Atualizado 16/09/2023 às 14:33
A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, baleada na
cabeça por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio de Janeiro,
morreu neste sábado (16). Ela foi atingida quando estava dentro do carro da
família na última semana, no Arco Metropolitano, em Seropédica, na Baixada
Fluminense.
A criança estava internada em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense, desde o último dia 7. De acordo com a prefeitura da cidade, Heloísa teve uma Parada Cardiorrespiratória (PCR) irreversível.
À CNN, a avó materna da menina declarou que os pais estão muito abalados com o episódio. “Tiraram a minha razão de viver. Parece que estou em um pesadelo. Tenho que consolar minhas duas filhas, minha outra neta e meu genro”, disse a avó.
“Em nome da Prefeitura de Duque de Caxias e de todos os colaboradores da Secretaria Municipal de Saúde, lamentamos profundamente e nos solidarizamos aos familiares e amigos da pequena Heloísa”, afirmou o município em nota.
Também em nota, a PRF lamentou a morte da criança e afirmou que segue acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico.
“Solidarizamo-nos com os familiares, neste momento de dor, e expressamos as mais sinceras condolências pela perda. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), através da Comissão de Direitos Humanos, segue acompanhando a família para acolhimento e apoio psicológico”, disse a corporação.
O caso
Heloísa dos Santos Silva chegou ao Hospital Municipalizado
Adão Pereira Nunes trazida por uma viatura da PRF.
A direção do hospital informou que a criança deu entrada no local com sangramento no couro cabeludo, sendo sedada e entubada em seguida.
Após avaliação, ela passou por procedimento cirúrgico. Ainda segundo a prefeitura de Duque de Caxias, a criança foi internada no Centro de Terapia Intensivo (CTI) do hospital.
Na ocasião, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi às redes sociais e declarou ter solicitado esclarecimentos a respeito do caso.
“Sobre a tragédia com uma criança de 3 anos no Rio de Janeiro, já solicitei esclarecimentos e providências aos órgãos de direção da PRF naquele Estado. Estou aguardando a resposta, que será comunicada imediatamente. E mandei acelerar a revisão da doutrina policial e manuais de procedimento na PRF, como já havia determinado quando da demissão dos policiais do caso Genivaldo, em Sergipe. Outras medidas serão informadas em breve”, escreveu Dino.
Policiais foram afastados
Um dia após a ação, os policiais envolvidos na ocorrência foram afastados.
De acordo com a PRF, o carro em que a menina e a família se encontravam tinha um registro de roubo realizado em agosto do ano passado. O motorista, pai da criança, disse ter comprado o carro sem saber deste registro.
“É comum pessoas comprarem carros assim e não saberem, por motivos variados, até desconhecimento mesmo. Parece ter sido o caso”, afirmou o inspetor da PRF no Rio de Janeiro.
Por telefone, o antigo proprietário do veículo, morador de Petrópolis, confirmou à CNN que teve o carro roubado em agosto de 2022. Segundo o homem, que pediu para não ser identificado, ele foi vítima de um assalto à mão armada.
O homem contou que recebeu uma ligação da PRF e foi comunicado da apreensão do veículo roubado
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