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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Para filha, negar o assassinato de Zuzu Angel é crime contra a memória do país

Tempos felizes: Zuzu Angel com os três filhos (Hildegard, Ana e Stuart). Filha de Zuzu acredita que 'a política brasileira tem o mau costume de conciliar demais' - Acervo Instituto Zuzu Angel

União terá de pagar indenização por danos morais às filhas da estilista, morta em “acidente” em 1976 na ditadura

A União terá que indenizar Hildergard Angel e sua irmã, Ana Cristina, por danos morais, pelo assassinato de sua mãe, Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, em 14 de abril 1976.

A decisão transitou em julgado – situação em que não cabem mais recursos – no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o advogado Ivan Nunes Ferreira, o precatório já foi emitido, inclusive, para pagamento no ano que vem.

Por decisão da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, o Estado já havia sido responsabilizado pela morte da estilista Zuzu, em um “acidente” de automóvel no Rio de Janeiro.

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O próprio atestado de óbito foi alterado para morte não natural, “violenta, causada pelo Estado brasileiro”. Isso aconteceu também com o atestado de Stuart Angel Jones, irmão de Hildegard e Ana, que foi assassinado sob tortura em 1971.

Ainda assim, Hildergar lembra que não é incomum apontarem “causas desconhecidas” para a morte da mãe.

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“A fim de tornar indelével na memória brasileira essa realidade trágica indiscutível, ainda tratada de forma ambígua por alguns, nós, filhas de Zuzu Angel, após muitos anos de sua morte, resolvemos recorrer ao reconhecimento da Justiça”, escreve Hildegard em seu blog, citando o advogado. E acrescenta que não se pode refutar os fatos.

Emboscada covarde

“Aproveito aqui para informar aos que inadvertidamente negarem o assassinato de Zuzu Angel, acontecido numa emboscada covarde pelos agentes da ditadura, que não se trata mais de simples omissão ou negligência, mas de um crime contra a memória de nosso país.”

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A primeira decisão sobre pagamento de danos morais é de 2011. O juiz federal Mauro Luís Rocha Lopes, da 2ª Vara Federal do Rio de Janeiro, julgou procedente o pedido para Hildegard e irmã Ana, fixando indenização da União, pelas mortes de Stuart e de Zuzu. Lembrou que o próprio Estado, em processos anteriores, já havia admitido sua responsabilidade.

A União apelou, e o caso foi para o Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O juiz relator, Guilherme Calmon Nogueira da Gama, lembrou que a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos já havia atestado a responsabilidade do Estado na morte da estilista.

“Em relação ao interesse jurídico lesado, a dor experimentada pelas autoras é intensa”, escreveu. “Primeiro, perderam o irmão, em circunstâncias cruéis, para depois verem assassinada sua mãe.”

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Denúncia internacional

Em abril de 2012, a 6ª Turma do TRF deu provimento parcial ao pedido, por maioria. Seguiram-se embargos e discussão, basicamente, sobre a natureza da indenização e seu valor. O caso chegou em janeiro de 2018 ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Transitou em julgado em 9 de março.

Zuzu era uma estilista reconhecida internacionalmente quando Stuart – filho dela com o norte-americano Normal Angel Jones –, militante político, desapareceu (o rapaz nasceu na Bahia, Ana e Hildegard são do Rio).

Ela iniciou uma peregrinação em busca do rapaz, então com 26 anos. Também realizou um “desfile de protesto” em Nova York. Escreveu e procurou autoridades, inclusive do governo dos Estados Unidos. Por onde andasse, distribuía “santinhos” com a foto de Stuart.

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Por relatos de outros pesos, soube-se que Stuart foi torturado e morto no Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa), no Galeão. Seu corpo nunca foi encontrado.



A peregrinação de Zuzu fez com que ela própria se tornasse um alvo da ditadura. Passou a receber ameaças de morte. Pouco antes do “acidente”, escreveu um carta para Chico Buarque afirmando que, caso acontecesse algo com ela, os responsáveis seriam os mesmos que mataram seu filho.

Reprodução

A Comissão da Verdade divulgou em 2014 imagem do acidente de Zuzu em 1976, com presença de um militar, o que reforçou suspeitas (O Globo/Arquivo CNV)

Na madrugada de 14 de abril de 1976, o carro que a estilista dirigia capotou várias vezes na saída do Túnel Dois Irmãos, no bairro de São Conrado. Hoje, o túnel leva o nome de Zuzu Angel.

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) recebeu uma foto em que o major Freddie Perdigão Pereira aparece no local do acidente. “Esta é uma foto que não estava no inquérito.

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Provavelmente foi produzida pela perícia e ficou guardada (…)”, declarou na época o presisidente da CNV, Pedro Dallari. “Para o Estado brasileiro já existe a vinculação reconhecida da morte de Zuzu Angel (com a ditadura), mas esta foto reforça  o envolvimento das Forças Armadas com a morte dela. Até hoje eles negam isso”, acrescentou.

Filme e música

A fotografia foi entregue pelo ex-delegado do Dops Cláudio Guerra. Posteriormente, o jornal O Globo identificou a imagem, publicada na edição de 15 de abril. Na época, a presença do militar não foi identificada.

Em 2006, foi lançado o filme Zuzu, dirigido por Sérgio Rezende e estrelado por Patrícia Pillar. Daniel de Oliveira faz o papel de Stuart. No ano seguinte ao da morte da estilista, Miltinho, do MPB-4, e Chico Buarque compuseram Angélica, em homenagem a ela.

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Tempos atrás, Chico contou que na manhã do “acidente” ela passou em sua casa e deixou camisetas para as filhas dele e de Marieta Severo, com figuras de anjos, que se tornaram sua marca depois do desaparecimento de Stuart.

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar

(…)

Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar

(…)

Para Hildegard, o Brasil é um país com um mau costume: conciliar demais. Entre outros fatores, isso deve ao que ela chama de “covardia” dos governantes.

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Qual a sensação que essa decisão proporciona, tanto tempo depois?

De conforto. Esta é uma luta contínua, que jamais terá fim. Só assim se justificam as mortes de minha mãe e meu irmão. Lembrar, lembrar e lembrar, através de gerações, os horrores que viveu nosso país no período da ditadura. Não ouvimos quase falar nas torturas da ditadura de Getúlio Vargas, sob comando de Filinto Müller, que foram perversas e em muitas pessoas. As famílias não contaram, a mídia não faz delas notícia. Então, a responsabilidade de consolidar essa narrativa histórica é nossa, dos familiares. E as famílias dos perseguidos da ditadura de 64 tem cumprido muito bem essa missão. Eu me empenho em também fazer assim.

Curiosamente, aconteceu durante um governo que exalta os “feitos” da ditadura. Além disso, muitos defendem a “volta do AI-5” ou uma “intervenção militar”. Como o país chegou a esse ponto?

A política brasileira tem o mau costume de conciliar demais. Nossos governantes foram covardes, deveriam ter revisto essa Lei de Anistia, que igualiza o joio e o trigo. A mídia pode ter colaborado com a ditadura, mas passados os anos de chumbo ela reviu sua posição. Acredito que teria aplaudido a revisão dessa Lei da Anistia, mas os presidentes que vieram a partir de 1985 não se animaram, muito menos o Congresso e o STF.

Por falar nisso, consegue ver alguma saída nesse momento de crise generalizada, um “esgoto”, como a sra. já definiu? Impeachment? Temos força ou vontade política para isso? Cassação da chapa?

Acredito que precisa haver reação popular. Povo na rua, panelaços. Precisamos cassar essa chapa, eleita a partir de fake news, um esquema criminoso e poderoso, que contaminou corações e mentes, e ainda hoje funciona ativamente, cooptando os mais ingênuos.

E a oposição, conseguirá de fato se organizar no que costuma se chamar de frente ampla?

Não sei se a frente ampla proposta trará resultados. Um saco de gatos. Tanto que FHC assinou um manifesto e o PSDB na semana seguinte (grifo de Hildegard) aderiu a Bolsonaro. Não há legitimidade.

A grande imprensa sabia, os jornalistas sabiam, os formadores de opinião sabiam, os artistas, os políticos, os empresários, os juristas, todos sabiam.” Por que no Brasil é tão difícil restabelecer a verdade histórica? Mesmo a Comissão Nacional da Verdade encontrou obstáculos aparentemente intransponíveis.

Porque muitos formadores de opinião não se informam direito sobre os fatos antes de escreverem a respeito (1), porque muitos têm medo de cometer excessos na escrita que lhes acarrete processos (2), daí que tudo é “suposto”, porque existe no Brasil um ranço do grande medo que a ditadura inspirava em todos, isso passou de pais para filhos (3).

Quem é essa mulher? 

Mãe às últimas consequências, brasileira orgulhosa, trabalhadora incansável, artista no trabalho e na alma.

Para filha, negar o assassinato de Zuzu Angel é crime | Política

Justiça reconhece que Zuzu Angel foi assassinada pelo Estado

Morte de Zuzu Angel: Justiça reconhece que Zuzu Angel foi assassinada pelo  Estado | CLAUDIA

Arquivo Nacional/Reprodução

A União terá que pagar uma indenização às filhas da estilista, Ana Cristina e Hildegard Angel. Zuzu foi morta em 1976, durante a Ditadura Militar


Por Da Redação Atualizado em 16 jun 2020, 13h01 - Publicado em 16 jun 2020, 12h34

A União terá que pagar uma indenização de R$ 500 mil para Ana Cristina e Hildegard Angel pelo assassinato da mãe delas, Zuzu Angel, estilista morta durante a Ditadura Militar. A informação foi divulgada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, na última segunda-feira (15).

Hildegard, que é jornalista, publicou um texto no portal Brazil 247 falando sobre o reconhecimento por parte do Judiciário de que a morte de Zuzu — até então dada como um acidente de carro por “causas desconhecidas” —  foi responsabilidade do Estado anti-democrático da época.

“Sabemos que indenização alguma paga uma vida, compensa a ausência do afeto, da compreensão e dos cuidados que só podem ser proporcionados por uma mãe. E uma grande, imensa mãe, como foi Zuzu”, começa. “No entanto, cansadas de ler, nas referências à morte de mamãe, quase sempre a mesma frase ‘acidente por causas desconhecidas’, cansamos, minha irmã e eu, de tanta desinformação”, completa.

A estilista sofreu um acidente de carro na Estrada da Gávea, quando saía do túnel Dois Irmãos — que depois recebeu o nome de Zuzu Angel, em sua homenagem , em São Conrado, no Rio de Janeiro. O caso aconteceu cinco anos depois que seu filho mais velho, Stuart Edgar Angel Jones, foi capturado e preso pela Ditadura Militar. O acontecimento fez com que a estilista entrasse na militância contra o regime, denunciando à imprensa atrocidades cometidas pelo Estado e reivindicando os direitos de poder sepultar seu filho.

“A grande imprensa sabia, os jornalistas sabiam, os formadores de opinião sabiam, os artistas, os políticos, os empresários, os juristas, todos sabiam. Teses foram escritas a respeito, livro foi publicado, canção de Chico e Miltinho composta, filme, dramatizações na TV, balé, exposições várias, encenações, ruas com seu nome inauguradas, escolas, túnel, monumentos, prêmios… Homenagens que, enternecida e para sempre agradeço”, escreveu Hildegard a respeito da verdadeira causa da morte de sua mãe. Ela também fez uma publicação em seu perfil no Twitter a respeito.

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A jornalista ainda relembrou que no atestado de óbito de Zuzu já consta, como causa mortis, o assassinato pelo Estado brasileiro.

“Aproveito aqui para informar aos que inadvertidamente negarem o assassinato de Zuzu Angel, acontecido numa emboscada covarde pelos agentes da ditadura, que não se trata mais de simples omissão ou negligência, mas de um crime contra a memória de nosso país”, finalizou.

Morte de Zuzu Angel: Justiça reconhece que Zuzu Angel foi assassinada pelo Estado | CLAUDIA

MC Salvador da Rima denuncia agressão de PMs

O cantor de rap O cantor de rap Salvador da Rima acusa policiais militares de agressão durante uma abordagem no Itaim Paulista, na zona leste de São Paulo. A namorada do MC registrou a ação. As imagens mostram que o músico tenta resistir e é imobilizado e enforcado por um dos PMs.

MC Salvador da Rima é detido em SP; vídeo mostram PMs usando mata-leão

O cantor O cantor Salvador da Rima foi detido pela polícia na tarde deste sábado (27), na Zona Leste de São Paulo. Vídeos que circulam pela internet mostram o artista e um amigo sendo rendidos por policiais militares com mata-leão e chutes. ------------------------- Bem-vindo ao canal do UOL no YouTube. Aqui você encontra notícias direto da redação, tudo sobre política, matérias especiais e o melhor do mundo do entretenimento.

Justiça concede liberdade provisória a bombeiro que atropelou e matou ciclista e o proíbe de ir a locais com venda de bebidas alcoólicas

 Capitão João Maurício Correia Passos, de 36 anos, foi flagrado cambaleando e com bebidas na mão pouco antes de atropelamento

Capitão João Maurício Correia Passos, de 36 anos, foi flagrado cambaleando e com bebidas na mão pouco antes de atropelamento Foto: Reprodução
Arthur Leal
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A 31ª Vara Criminal de Justiça do Rio concedeu liberdade provisória, nesta sexta-feira, ao capitão do Corpo de Bombeiros, João Maurício Correia Passos, de 36 anos. Ele foi preso em flagrante no mês passado após ter atropelado e matado o ciclista Cláudio Leitte da Silva, de 52 anos, na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes, no dia 11 de janeiro, tendo ido embora sem prestar socorro. No dia seguinte, sua prisão foi convertida para preventiva pelo TJ-RJ. Entre as restrições impostas agora, está uma que proibe que o réu frequente locais com venda de bebidas alcóolicas.

Quando foi preso pela Polícia Civil, o bombeiro foi indiciado por homicídio doloso, ou seja, intencional. No entanto, no dia 19 de janeiro, o Ministério Público do Rio (MPRJ), com entendimento diferente, o denunciou por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Em sua decisão, o juiz Roberto Câmara Lacé Brandão argumenta que, pelo fato de o réu responder por injusto culposo, com pena de reclusão máxima que não é superior a 4 anos, a prisão preventiva imposta ao bombeiro se revela "desproporcional e desnecessária".

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No texto em que concede a João Maurício liberdade provisória, o magistrado também imputa restrições. O capitão deverá comparecer à Justiça todas as vezes em que for intimado e, também, manter seu endereço sempre atualizado nos autos, assim como comparecer mensalmente em cartório para dar conta de suas atividades.

Atividades estas, que devem se restringir. O juiz decidiu que o réu, que assinará um termo de compromisso, está proibido de frequentar locais onde haja venda de bebidas alcoólicas, e que deve ficar em casa nos dias de folga. O juiz também ordenou que o carro usado por ele na noite do acidente, um Hyundai HB20, seja entregue ao seu pai, como fiel depositário.

O taxista aposentado Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, morreu após ser atropelado por um carro
O taxista aposentado Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, morreu após ser atropelado por um carro Foto: Arquivo pessoal

O caso: garrafa de uísque horas antes de atropelamento

O capitão João Maurício foi preso em flagrante horas após o crime na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), conduzido por agentes da Corregedoria Interna do Corpo de Bombeiros. À polícia, ele admitiu ter atropelado Cláudio da Leitte Silva, mas negou que estivesse embriagado. Um exame de alcoolemia, realizado 6 horas após o atropelamento, deu negativo. No entanto, vídeos de câmeras de segurança de um posto de gasolina mostraram o bombeiro dançando, cambaleando, e segurando uma garrafa de uísque numa mão e uma que parece ser de vodca, na outra. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, após beber bastante, ele deixou o estabelecimento “cantando pneus”. Na ocasião, o delegado Alan Luxardo, titular da 42ª DP, afirmou que as imagens do posto de conveniência mostram que o “militar estava completamente embriagado”, e classificou o acidente como “brutal".

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Histórico de alcoolismo e acidente

No mês passado, na delegacia, ainda abalada e com dificuldades para falar, a desempregada de 44 anos, mulher do capitão do Corpo de Bombeiros João Maurício Correia Passos, de 34, contou que temia ter um segundo Acidente Vascular Cerebral (AVC) “com tudo o que estava acontecendo”.

— Minha neurologista falou que não é para eu ficar falando dessas coisas porque se não eu posso ter outro — afirmou a mulher. Segundo ela, o AVC foi consequência do acidente automobilístico que ela e João sofreram em 2018. Na ocasião, o capitão estava alcoolizado e dirigia o carro.

Segundo a Polícia Civil, à época, mesmo com as sequelas acarretadas pelo acidente, João Maurício agredia a companheira. Em documentos obtidos pela “Revista Época”, por volta de 22h30 do dia 11 de dezembro do ano passado, policiais militares foram chamados para socorrê-la em casa. Cadeirante, ela relatou ter sido agredida por ele com tapas e socos, principalmente no rosto, e chegou a receber atendimento no Hospital Municipal Salgado Filho.

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Em depoimento, ela contou ser ameaçada frequentemente pelo marido, que diz, na frente das crianças, que ela não serve para nada e tem que morrer. Ela afirmou ainda que João Maurício já foi agressivo em outras ocasiões e é usuário de drogas. Ela solicitou medidas protetivas, que foram concedidas.

Segundo a defesa do oficial, ouvida no mês passado, “ele é vítima do alcoolismo há anos”. De acordo com os advogados Ângelo Máximo e Telmo Bernardo, “João Maurício vinha tentando tratamento junto à corporação há meses e o auxílio estaria sendo negado”.

— Ele é alcoólatra e precisa de tratamento. Por vezes, ele procurou ajuda mas foi negada. Nosso cliente é escravo do álcool. Ele não domina o vício. É o vício que o domina — afirmou Máximo.

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