Operação Enterprise da PF apreendeu jatos do tráfico, dinheiro e bens avaliados em R$ 1 bilhão. Alvo principal está foragido entre Espanha e Portugal, segundo apurou a colunaImagem: Divulgação
O ex-policial militar Sérgio Roberto de Carvalho, 62, conhecido como Major Carvalho, é o principal alvo da Operação Enterprise, deflagrada nestas segunda-feira (23) pela PF (Polícia Federal) em 10 estados brasileiros e ainda Espanha, Portugal, Colômbia e Emirados Árabes Unidos.
Bolsonaro elogiando A milicia e miliciano.....
Defendendo bandido......
Absurdo deputado elogiando bandidos Milicianos...
Escondido na casa de vereador do PSL..E não deu em nada...!
No Twitter, usuários ironizaram o parlamentar pedindo que ele prossiga com a investigação.
Até o início da noite de ontem (23), a Interpol (Polícia Internacional) procurava o Major Carvalho em territórios espanhóis e portugueses. Agentes apreenderam 11 milhões de euros escondidos no banco de uma van em Lisboa, e há suspeitas de que o dinheiro é da quadrilha dele.
Segundo a PF, a operação é a maior da história no combate à lavagem de dinheiro e foram cumpridos 151 mandados de busca e apreensão e outros 66 de prisão. Autoridades federais disseram que foram obtidos R$ 1 bilhão em bens e valores apreendidos e bloqueados. Uma das aeronaves apreendidas foi avaliada em US$ 20 milhões.
A coluna não conseguiu encontrar a defesa do major para esclarecer as informações sobre a busca em Portugal.
O Major Carvalho foi preso pela primeira vez em novembro de 1997 em um hotel no Guarujá (SP), onde ficou escondido por alguns dias após uma apreensão de 237 kg de cocaína em sua fazenda na cidade de Rio Verde (MS).
Por esse crime ele foi condenado a 15 anos de prisão. Em 2007, depois de deixar o regime semiaberto, foi acusado de comandar uma máfia de caça-níqueis, mas teve a prisão revogada pela Justiça Federal.
Entre condenações, major acumulou patrimônio
Já no ano de 2009, Major Carvalho foi parar novamente atrás das grades, dessa vez durante a deflagração da Operação Las Vegas. A acusação: exploração de cassinos. Ficou preso até 2013.
Em 2018, o governo do estado do Mato Grosso do Sul expulsou Major Carvalho dos quadros da Polícia Militar. Ele estava aposentado. Já em julho de 2019, a Justiça Federal o condenou a mais 15 anos.
O narcotraficante foi acusado por lavagem de dinheiro, movimentando R$ 60 milhões em cinco anos. Por decisão judicial, ele pôde recorrer dessa condenação em liberdade.
O ex-PM é dono de fazendas e outras propriedades rurais, imóveis, residências, aeronaves, empresas e veículos importados. Os bens estão em nome de "laranjas". Agentes federais suspeitam que Major Carvalho esteja escondido na Europa há mais de um ano.
Tráfico usando aviões e pistas clandestinas
Investigações feitas pela Polícia Federal apontaram que desde a década de 1990 Major Carvalho contratava pilotos para transportar cocaína em suas aeronaves.
A droga era comprada pelo ex-PM na Colômbia e Bolívia e levada para o interior de São Paulo usando pistas clandestinas escondidas em canaviais.
No livro-reportagem "Cocaína - Rota Caipira", escrito pelo jornalista Allan de Abreu, consta que Major Carvalho perdeu duas aeronaves carregadas com cocaína em acidentes.
Um deles aconteceu em abril de 1997. O avião, um Cessna, caiu nas proximidades de uma pista clandestina nas imediações de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O piloto Emerson de Carvalho, o Grilo, morreu.
O outro acidente foi em outubro de 1997. A aeronave sofreu uma pane na Colômbia. O piloto Cornel Ramos também acabou morrendo. Ele já havia sido preso em flagrante por tráfico de drogas em 1980.
Há informações de que outro piloto contratado pelo Major Carvalho, de nome Sílvio Berri Júnior, foi preso no interior paulista nesta segunda-feira durante a Operação Enterprise.
Berri Júnior já trabalhou para o traficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, um dos chefes da facção criminosa Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. O piloto é considerado um dos mais experientes do Brasil.
As investigações da PF começaram em setembro de 2017, quando foram apreendidos 776 kg de cocaína no Porto de Paranaguá, no Paraná. A droga seria exportada para o porto de Antuérpia, na Bélgica.
A ação foi batizada de Enterprise em alusão ao tamanho da organização criminosa que atua no Brasil e em vários países da África e Europa, envolvendo traficantes apontados como multimilionários.
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