Tenente-coronel Gabryela Dantas, porta-voz da PM do Rio (Reprodução)
Tenente-coronel Gabryela Dantas foi exonerada da comunicação da PM do Rio após divulgar vídeo atacando jornalista que fez reportagem que revela o aumento do consumo de munição no Batalhão onde estão lotados os PMs que assassinaram Emilly, de 4 anos, e Rebeca, de 7
Exonerado do cargo de coordenadora de comunicação da Polícia Militar do Rio por vídeo em que ataca o jornalista Rafael Soares, dos jornais O Globo e Extra, a tenente-coronel Gabryela Dantas vai assumir o comando do 23º Batalhão da PM, localizado no Leblon. A informação foi divulgada no boletim da PM na noite desta quarta-feira (9).
Gabryela foi exonerada da comunicação da PM à tarde, apó a repercussão do vídeo em que classifica como “mentira” uma reportagem que revela o aumento do consumo de munição no 15º Batalhão da PM, em Duque de Caxias, onde trabalham os policiais investigados pelos homicídios das meninas Emilly Victória Silva dos Santos, de 4 anos, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, de 7 anos.
No vídeo, apagado das redes sociais da PM-RJ, a tenente-coronel Gabryela Dantas, porta-voz da corporação, afirma que o repórter agiu de “forma maldosa” e que se aproveitou “da comoção nacional para colocar a população contra a Polícia Militar”.
Em nota após a exclusão do vídeo, a PM do Rio diz que “está, constantemente, sob avaliação crítica de setores da sociedade, como a imprensa”, e ressalta que “acolhe críticas construtivas”.
“Todos devem buscar o equilíbrio em sua forma de atuação e evoluir para prestar melhores serviços à sociedade. Mas é necessário entender que ela [a PM] é formada por homens e mulheres que se sentem atingidos quando as respostas a essas críticas não são acolhidas na sua integralidade”, diz o texto, que reafirma o discurso da tenente-coronel, de que “divididos, crescem os verdadeiros inimigos da ordem e da democracia”.
Pelo Twitter, o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC) saiu pela tangente, dizendo que confia no trabalho dos policiais e defende o diálogo com a imprensa.
“Confio no trabalho dos policiais que têm a nobre missão de servir e proteger. Todos os dias somos questionados e muitas vezes vítimas de acusações. Ainda assim, defendo o diálogo com a imprensa. O debate de ideias é importante, mas é preciso preservar e respeitar ambos os lados”, diz o texto.
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