MULHERES VIOLADAS28/AGO/2020 ÀS 15:44
Filho contou que estava em casa quando ouviu tiros; a outra filha testemunhou toda a tragédia. Carta comprova que feminicídio seguido de suicídio foi premeditado
O policial penal Adair Paulino Soares, de 45 anos, matou com três tiros a mulher, Luciene Amarante Soares, de 43, e cometeu suicídio em seguida. O crime aconteceu em Santana do Paraíso (MG) nesta quinta-feira (27). Aldair deixou uma carta endereçada aos filhos.
O casal tinha dois filhos, um homem, já casado, que mora em uma casa vizinha, e uma filha, que estava na casa onde ocorreu o crime com uma prima ainda pequena.
O filho contou que estava em casa quando ouviu tiros, vindo da casa da mãe. Em seguida ouviu os gritos da irmã. Adair e Luciene estavam separados e moravam em duas casas no mesmo terreno.
Quando o filho chegou na casa, a porta estava trancada. Teve de arrombá-la e se deparou com a mãe, sentada no sofá com o rosto todo ensanguentado e já sem vida. No chão, o corpo do pai, também com a cabeça ensanguentada.
A irmã contou que estava na sala da casa com a mãe e a prima quando pai chegou, abriu a porta abruptamente e passou a discutir com Luciene. A filha decidiu, então, pegar a menina e saiu da sala, fechando-se no quarto, para que a criança não visse a discussão. Foi quando ouviu quatro tiros. Abriu a porta e viu a mãe, no sofá. Ela ainda presenciou o pai levar a arma à cabeça e puxar o gatilho.
Com a chegada da Polícia Militar, os dois irmãos contaram que os pais brigavam muito e que há dois anos haviam se separado. A surpresa maior foi quando os irmãos encontraram, em cima do sofá, uma carta escrita pelo pai, que explicava como deveriam repartir os bens da família, como deveriam proceder para receber o seguro pela morte dele e da ex-mulher. A carta levou os policiais a concluir que Adair premeditou o crime.
Armas e feminicídio
Para cada aumento de 10% no número de armas em circulação, a taxa de assassinatos de mulheres ocorridos dentro de casa, por parceiros e membros da família, cresce 14%, aponta uma pesquisa da Universidade de Indianápolis que analisou 115.000 casos de homicídios domiciliares, nos Estados Unidos.
No estudo, Kivisto e outros três pesquisadores examinaram a evolução da posse de armas de fogo nos EUA, estado por estado, de 1990 a 2016 e cruzaram dados relacionados a homicídios domésticos, ou seja, dentro da casa da vítima. A pesquisa foi publicada em julho no American Journal of Preventive Medicine.
Segundo o pesquisador, as vítimas de violência doméstica correm um risco maior de serem mortas pelos parceiros caso haja uma arma de fogo em casa porque, com a escalada de violência típica dessas situações, conforme a agressividade do parceiro aumenta, mais violento é o ataque. E uma arma de fácil acesso significa maior chance de feminicídio.
com informações do Estado de Minas
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